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6.3.08

Nosferatu

Assistir a NOSFERATU, de 1922, de F.W. Murnau é ver o filme de vampiro antes que ele tivesse realmente visto a si mesmo. Aqui está a história de Drácula antes dele ser enterrado vivo em clichês, piadas, esquetes, caricaturas e mais de trinta filmes diferentes. O filme reverencia o seu argumento. Parece acreditar de verdade em vampiros.

Max Schreck, que faz o papel do vampiro, evita a maioria dos toques teatrais que viriam a confundir o espírito em todos os desempenhos subseqüentes, de Bela Lugosi a Christopher Lee, A Frank Langella e a Gary Oldman, O vampiro não é um ator extravagante, mas um homem sofrendo uma terrível aflição. Schreck faz o papel de conde mais como um animal do que como um ser humano; a direção de arte lhe dá orelhas de morcego, unhas em formato de garras e caninos que estão no meio da sua boca, como um roedor, em vez de pelos lados, como uma máscara de Halloween.

O filme mudo de Murnau se inspirou no livro de Bram Stoker, todavia o titulo e o nome foram modificados, pois a viúva de Stroker reclamou, não sem razão, que o patrimônio do seu marido estava sendo dilapidado. Todavia “Nosferatu é, de qualquer forma, um titulo mais apropriado do que “Drácula”. Pronuncie “Drácula” e você acabara rindo. Diga “Nosferatu” e parece que você mordeu um limão.

Mas será que NOSFERATU de Murnau ainda é assustador no sentido moderno? Não para mim. Eu o admiro mais pela sua arte e pelas suas idéias, sua atmosfera e sua imagens, do que pela habilidade de manipular minhas emoções como um hábil e moderno filme de terror. Todavia o filme continua eficiente: Não nos assusta, mas nos persegue. Mostra que os vampiros não podem sair de dentro das sombras, mas que o diabo pode vicejar ali, alimentando-se da morte.

Spoiler Rating: 83
LBC Rating: ~

Por Roger Ebert

2.2.08

Melodia na Broadway


MELODIA NA BROADWAY foi o primeiro filme totalmente sonoro da Metro e terceiro musical da historia do cinema (Os primeiros foram O CANTOR DE JAZZ e A ÚLTIMA CANÇÃO, ambos estrelados por Al Johnson e produzidos pela Warner Bros.). Também foi o primeiro a ter uma partitura composta especialmente para o filme.

Entre seus números musicais destacam-se "Give My Regards to Broadway", "You Were Meant For Me" (cantada por Charles King), "Broadway Melody" (interpretada duas vezes, a primeira por King, com Herb Brown no piano e depois por King, Page e Love) e "Wedding of the Painted Doll", este apresentada em duas cores (vermelho e verde) e refilmado depois da pré-estréia, por ordem de Irving Thalberg, que tinha o achado pouco dinâmico.

Para essa refilmagem, o técnico de som Douglas Shearer, irmão da estrela Norman Shearer, teve uma idéia que passou a ser usada daí em diante, ate os nossos dias. Como a musica que tinha sido gravada estava em boas condições técnicas, ela foi tocada no set de filmagem, enquanto os dançarinos faziam o numero novamente. Depois a imagem foi associada ao som. O sistema das canções pré-gravadas permitiu que o som alcançasse alto nível nos musicais, e seqüências inteiras são refilmadas sem que os atores forcem as cordas vocais ou demonstrem cansaço, dançando e cantando ao mesmo tempo.

Originalmente concebido como uma biografia disfarçada das Duncan Sisters, acabou se transformando apenas numa historia passada nos bastidores de um teatro. São duas irmãs, Hank e Queenie (Love e Page), que cantam e dançam num vaudeville. Ambas se apaixonam por Eddie (King), um compositor de sucesso que apesar de noivo de Hank, se envolve com Queenie, prejudicando a carreira de ambas e criando uma situação insustentável para os três.

A estréia, em Hollywood empolgou as platéias, e o filme foi anunciado com estardalhaço como "Todo Falado! Todo Cantado! Todo Dançado!". As principais canções eram de Nacio Herb Brown e Arthur Freed. Esse último, o letrista, transformou-se mais tarde com produtor, no maior responsável pela preeminência da Metro em filmes musicais.

Nos dez anos seguintes, mais três "Broadway Melodies" foram produzidos que, hoje, talvez se chamassem 2, 3 e 4. E, em 1940, houve uma refilmagem do original com Lana Turner, Joan Blondell e Georgie Murphy.

Spoiler Rating: 65
LBC Rating: ~

Asas


ASAS é o único filme mudo a ganhar um Oscar Principal.

Trata-se de um drama da aviação americana na Primeira Guerra Mundial, dirigido por William A. Wellman, aos 28 anos, ele próprio piloto abatido na guerra. Conta a historia de dois pilotos, John Powell e David Armstrong (Charles 'Buddy' Rogers e Richard Arlen), que se odeiam mas acabam ficando grandes amigos durante os treinamentos. Jack ama a sofisticada Sylvia (Jobyna Ralston) que, por sua vez, é apaixonada por David.

No final, sem saber, John abate o amigo que escapara através das linhas inimigas usando um avião alemão. A popular atriz Clara Bow foi escalada para garantir uma boa bilheteria, e acabou tendo uma atuação muito elogiada, num pequeno papel, como Mary, interessada em Jack. Um simpático ator também chamou atenção num pequeno papel. Ele vinha fazendo algumas pontas, desde 1924. Seu nome era Gary Cooper. Hedda Cooper (mais tarde a colunista mais famosa de Hollywood) faz a mãe de Jack. Mas a grande atração foram mesmo as cenas de ação aéreas.

Algumas seqüências foram exibidas em Magnascope, uma espécie de precursor das telas largas modernas. E algumas cenas de batalha eram em cores (O azul do céu fazendo pano de fundo para o vermelho dos tiros das metralhadoras dos aviões). Primeiro grande show aéreo do cinema, foi tipo o espetáculo visual que fez a industria cinematográfica encontrar seu grande publico.

Spoiler Rating: 78
LBC Rating: ~

Por Fernando Albagli ("Tudo Sobre o Oscar" - Ed. Zit)
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