
Depois da queda da antiga URSS, o Transsiberiano perdeu muito do seu charme, mas ainda conserva um certo ar de mistério que impregna a historia de Anderson. O filme é, potencialmente, um hit de bilheteria e seu afiado elenco composto por Woody Harrelson, Emily Mortimer, Kate Mara e Ben Kingsley, prováveis contenders na temporada de prêmios do próximo ano.
Roy (Harrelson) e Jessie (Mortimer), um casal americano em missão em Pequim, decide retornar para casa via Moscou no Transsiberiano, no final do rigoroso inverno. Roy é um aficcionado por trens e aventuras e Jessie têm pouca objeção a fazer - mesmo estando farta de aventuras incluindo drogas, bebidas e sexo.
Há um assunto mal resolvido entre eles, mas por hora, a grande aventura espreita adiante. Um corpo é descoberto. O detetive russo Grinko (Kingsley) imediatamente vê uma conexão entre o trem e o trafico de drogas. Ele embarca para Moscou e obviamente no mesmo trem.
E o filme concede ao expectador o charme e exotismo da viagem antes de embarcar literalmente no suspense. Longe das fases áureas, o trem embala em seu ventre, aposentados, traficantes, oficiais corruptos e canalhas. Os passageiros trocam vodka e contos obscuros para passar o tempo. E obviamente sobrevivem à pessima comida.
A direção firme de Anderson revela uma lógica de caos e negligência que flui em constante perigo e tensão. A fotografia é outro triunfo. Obscura. Claustrofobica. E conforme o trem acelera para o noroeste sobre um deserto de gelo, você fica com a impressão que a civilização vai ficando cada vez mais longe e mais longe e mais longe e mais longe...
Spoiler Rating: 89
LBC Rating: ~