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6.12.07

Conduta de Risco



CONDUTA DE RISCO é o nome do filme do estreante Tony Gilroy. O diretor americano, de Nova York, pode não ser conhecido, apesar de ter escrito os roteiros dos três sucessos da série “Bourne”. Mas seu ator George Clooney, melhor a cada filme, todos conhecem. Coisas do star system...

Desta vez Tony Gilroy escreve e caprichou no roteiro do próprio filme. Americano quando quer mostrar cultura no cinema, faz homenagem aos seus filmes B, às produções baratas dos anos 40 e 50 que depois foram cultuados pelos franceses, batizados e reunidos sob a chancela de "film noir". Um dos ícones dos filmes "noir" era o fabuloso Humphrey Bogart, um ator que pensava em cena e fazia o espectador pensar com ele nem que fosse para resolver a charada de um crime banal. George Clooney, como um Humphrey Bogart repete o mito e sustenta o mistério de QUESTÃO DE HONRA até a cena final do filme.

CONDUTA DE RISCO fala de corrupção em uma grande corporação agroquímica. Como ninguém faz corrupção sozinho, a corporação conta com uma sofisticada rede de conivências. Menos de um advogado em crise, que cruza o caminho de seus interesses milionários. O advogado é escalado para abafar o aparente acesso de loucura de um ex-dirigente da corporação, mas com ele percorremos tortuosos caminhos fragmentados por uma bela narrativa em flashbacks. O filme é bom. Principalmente porque você sai dele e a vontade que dá é continuar o prazer com um velho filme ‘noir’ original, com ou sem Bogart.

Spoiler Rating: 88
LBC Rating: 66

Por Leon Cakoff (Mostra SP)

31.8.07

Conduta de Risco



Sem o ator George Clooney, um filme sobre o poder e a malvadeza das multinacionais como MICHAEL CLAYTON "não poderia ser feito". Palavras de Tony Gilroy, que estréia na direção com este filme, depois de ter sido roteirista, entre outros, de O ADVOGADO DO DIABO e A IDENTIDADE BOURNE. "Clooney foi meu protetor, sem seu nome não teria fechado o projeto", disse Gilroy.

Muito convencional, embora bem-feito, é o outro drama político americano. Clooney é um empregado de multinacional encarregado de fazer o serviço sujo da empresa. Sua vida é complicada, tem dívidas de jogo, etc. Um tipo complexo. Que, no processo, irá se dar conta de onde e com quem está metido e tentará mudar as coisas, e a si mesmo.

"A certo ponto da carreira pensa-se que tudo é mais fácil, que se pode escolher os melhores roteiros, que chegam tantas propostas, mas, ao contrário, não há muita coisa boa, uma ou duas por ano. Este era uma delas", disse Clooney, vestido de preto, com barba inacabada e sorridente. Para ele, o personagem Clayton "é um homem que usou todas as opções na vida e no fim foi preso".

Disponível, sorridente, espirituoso como sempre com a imprensa, Clooney se incomodou, porém, quando uma jornalista fez uma pergunta que ele mesmo definiu como "irritante", sobre seu trabalho nas propagandas da Nespresso, que faz parte da muito boicotada multinacional Nestlé.

"Peço desculpa, mas é preciso ganhar dinheiro para viver e, se é por isso, também trabalho na causa humanitária de Darfur, no Sudão. Não conciliarei as contradições da minha vida para responder a essa pergunta", disse o ator.

Já o diretor Tony Gilroy relativizou o engajamento de seu filme. "Não sou muito bom para pensar em coisas grandes. A minha maior curiosidade neste filme vai além das multinacionais, sobre as quais me lembro de um belo documentário como 'The Corporation', mas sim as pessoas individuais presas no mecanismo", disse.

A atriz Tilda Swinton é a chefe malvada do departamento jurídico da U/North que exige do escritório Kenner, Bach & Ledeen, dirigido pelo personagem interpretado por Sydney Pollack, a máxima cobertura. Ela disse ter aceitado o papel porque "sempre me perguntava como as coisas desumanas eram feitas, como as pessoas se olhavam no espelho todas as manhãs, e o filme me faz ver tudo isso, além de eu gostar da idéia de que o vilão seja uma mulher". Um advogado assim não é imoral? "No meu país procura-se defender todos e nem sempre são as melhores pessoas a cuidar disso. Admiro aquelas que representam (Saddam) Hussein, ninguém gostaria de fazê-lo", disse.

O filme, bem construído e menos esquemático do que parece à primeira vista, não escapa do onipresente tema americano da segunda chance, e abre uma fresta por onde se pode ver o poder acumulado pelas corporações nos últimos decênios. Um bom thriller político-comercial, um desses produtos em que Hollywood ousa criticar o "sistema" para mostrar que é independente. Ou seja, filme bem-intencionado, porém inócuo.

Spoiler Rating: 88
LBC Rating: 66

Por Luiz Zanin Oricchio (Estado), Pedro Butcher (Folha), Agência ANSA e Reuters
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