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Num fio de trama, um jovem (Xavier Lafitte) volta à cidade francesa de Estrasburgo para reencontrar uma moça de nome Sylvia, que conheceu seis anos antes e por quem se apaixonou. Sempre com um caderno de desenhos em punho, ele se posta num café em que ela freqüentava e passa a procurar em volta, na fisionomia das clientes.
O jovem acredita vê-la numa bela jovem ali (Pilar Lopez Ayala) e a persegue pelas ruas numa longa caminhada. Embora com apenas dois protagonistas em cena, o diretor muitas vezes deixa sua câmera estática, perdendo de vista os personagens, para mostrar um pouco do cotidiano e da gente da cidade.
Quando volta para o casal é para mostrar longos closes que vão aos poucos criando ou tirando a ilusão de sucesso da empreitada. Não foi para poucos que ocorreu a influencia de Michelangelo Antonioni, morto em julho passado, especialmente pela trilogia formada por A AVENTURA, A NOITE e O ECLIPSE, na qual os personagens saem a caminhar a esmo.
Guerin confirmou em entrevista sua grande admiração pelo mestre italiano e a vocação natural de seu cinema em segui-lo. Mas também, nos longos silêncios e ruídos que todo o tempo marcam a tela, é possível lembrar o francês Robert Bresson, que como o diretor espanhol, gostava de tirar do rosto inerte dos atores a expressão necessária ao entendimento da alma humana.
Spoiler Rating: 78
LBC Rating: ~
Por Orlando Margarido - Terra