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Apesar de sueco, Andersson nada tem de Bergman. Se há paralelos possíveis com outros diretores, eles estariam no humor do finlandês Aki Kaurismaki e no estilo do francês Jacques Tati. Mesmo assim, são parentescos distantes.
Andersson é um diretor bissexto. Fez apenas dois longas na década de 70 (hoje desconhecidos, apesar de o segundo, UMA HISTÓRIA DE AMOR SUECA, ter passado na competição do Festival de Berlim) e ficou 15 anos sem filmar.
Em 2000, voltou à cena com o igualmente bizarro CANÇÕES DO SEGUNDO ANDAR, que levou o Prêmio do Júri em Cannes. VOCÊS, OS VIVOS segue a mesma lógica de CANÇÕES...: São esquetes independentes entre si, filmados em um plano único, cada um contando uma historinha ou "gag" fechada.
Em comum entre eles está a câmera estática, a luz fria e o visual estilizado, de tons predominantemente marrons e cinza. Aqui, mais do que em "Canções...", Andersson acentua o humor e a utilização da música.
Os esquetes quase sempre se situam em cenários do cotidiano como escritórios, apartamentos, bares ou restaurantes. Muitas vezes são filmados como "tableaux" que se parecem com "cartoons"; outras, ganham tom fantástico, delirante. As situações, em geral, exploram aspectos patéticos do ser humano, mas Andersson consegue fazer isso sem cair em um tom depreciativo.
Spoiler Rating: 81
LBC Rating: ~
Por Pedro Butcher (Folha)