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18.3.08

Cleópatra

CLEÓPATRA foi o Waterloo das superproduções dos anos 50/60. Era para ser o máximo. Mas as filmagens demoraram muito mais do que se imaginava, Elizabeth Taylor teve pilhas de chiliques, o filme custou uma fortuna e, na bilheteria, deu muito menos do que se esperava.

Com Richard Burton e Rex Harrison no elenco, o filme narra a lenda da Rainha do Nilo e seu romance com Júlio César e Marco António, dois dos mais poderosos soldados do império romano. A produção descreve o Egito como uma civilização extremamente luxuosa, e talvez por isso o público não tenha aderido: Há um peso excessivo em tudo aquilo, em cada imagem barroca, que nem Joseph L. Mankiewicz conseguiu contornar.

Apesar de excessivamente longo (250 minutos na versão final, embora na TV foi editado para 194 minutos), vale pela ótima interpretação da dupla Taylor e Burton.

O filme recebeu nove indicações para o Oscar, incluindo Melhor Filme. Levou as estatuetas de melhor Direção de Arte, Fotografia, Figurinos e Efeitos visuais.

Spoiler Rating: 60
LBC Rating: ~

1.9.07

Ave, Bressane


O cineasta brasileiro Julio Bressane levou à Veneza, o mito Cleópatra com um filme "cult" e elegante. Bressane, de 61 anos, um dos fundadores do movimento Cinema Novo e pai do cinema experimental latino-americano, confessou sua emoção com a primeira projeção pública do filme CLEÓPATRA no Palácio veneziano, onde foi bastante aplaudido.

Com a lenda de Cleópatra, um dos mitos mais extravagantes da antigüidade, Bressane lança-se em uma espécie de viagem interior, em um espaço histórico pessoal, marcado pela estilização da cultura egípcia, ambientado com cores alaranjadas e acobreadas, com figuras geométricas e cenas rodadas nos sugestivos penhascos do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

"Que posso dizer? Meu filme é como entrar no subconsciente", admitiu o diretor, que reviveu em 2001 outro personagem histórico, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, narrando de alguma maneira no filme DIAS DE NIETZSCHE EM TURIM o processo mental que o levou à loucura.

Bressane, convidado pessoalmente pelo diretor da Mostra veneziana, Marco Muller, consegue contar 'a sua maneira' a complexidade da figura de Cleópatra (interpretada pela atriz Alessandra Negrini), última rainha do Egito.

De origem grega, amante de Julio César (Miguel Falabella) e Marco Antônio (Bruno Garcia), hábil política e mulher sábia, chegou a ser identificada com os deuses: Afrodite e Ísis.

Bressane, que trabalhou durante 15 anos no tema e fez diversas pesquisas sobre a vida de Cleópatra, consultando os textos de Plutarco, obteve uma iconografia especial, exótica, graças a moedas e esculturas da época.

"Este pequeno filme, que aborda o grande tema da tirania, narra a lenda de Cleópatra (...) segundo um imaginário lingüístico, uma linguagem que conta com a força do lirismo", escreveu Bressane.

Para o cineasta, Cleópatra, que levou uma vida mais que tempestuosa e decidiu se suicidar no ano 30 a.C. após ter conseguido subjugar o Império Romano, foi uma mulher "entusiasta, trágica, musical, apaixonada pela razão, intelectual, símbolo da junção de culturas, mistura de loucura e sobriedade, resumindo, um sonho...".

Independentemente da Negrini, o filme é de grande beleza visual (mais uma vez fotografado por Walter Carvalho) e denso em simbologia, utilização da música popular brasileira de maneira anacrônica, e implicações históricas, por exemplo nas considerações sobre o Império Romano que bem poderiam ser aplicadas a hoje. Mas certamente Bressane não autorizaria uma transposição assim tão imediata dessas referências.

Fica o fato, confirmado, que Julio Bressane é cineasta bastante apreciado nos festivais europeus. Não, não é um grande sucesso, mas tem um nicho intelectual seguro, por assim dizer.

Spoiler Rating: 80
LBC Rating: ~

Por Luiz Zanin Oricchio (Estado) e Agência AFP
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