Assistir a NOSFERATU, de 1922, de F.W. Murnau é ver o filme de vampiro antes que ele tivesse realmente visto a si mesmo. Aqui está a história de Drácula antes dele ser enterrado vivo em clichês, piadas, esquetes, caricaturas e mais de trinta filmes diferentes. O filme reverencia o seu argumento. Parece acreditar de verdade em vampiros.
Max Schreck, que faz o papel do vampiro, evita a maioria dos toques teatrais que viriam a confundir o espírito em todos os desempenhos subseqüentes, de Bela Lugosi a Christopher Lee, A Frank Langella e a Gary Oldman, O vampiro não é um ator extravagante, mas um homem sofrendo uma terrível aflição. Schreck faz o papel de conde mais como um animal do que como um ser humano; a direção de arte lhe dá orelhas de morcego, unhas em formato de garras e caninos que estão no meio da sua boca, como um roedor, em vez de pelos lados, como uma máscara de Halloween.
O filme mudo de Murnau se inspirou no livro de Bram Stoker, todavia o titulo e o nome foram modificados, pois a viúva de Stroker reclamou, não sem razão, que o patrimônio do seu marido estava sendo dilapidado. Todavia “Nosferatu é, de qualquer forma, um titulo mais apropriado do que “Drácula”. Pronuncie “Drácula” e você acabara rindo. Diga “Nosferatu” e parece que você mordeu um limão.
Mas será que NOSFERATU de Murnau ainda é assustador no sentido moderno? Não para mim. Eu o admiro mais pela sua arte e pelas suas idéias, sua atmosfera e sua imagens, do que pela habilidade de manipular minhas emoções como um hábil e moderno filme de terror. Todavia o filme continua eficiente: Não nos assusta, mas nos persegue. Mostra que os vampiros não podem sair de dentro das sombras, mas que o diabo pode vicejar ali, alimentando-se da morte.
Spoiler Rating: 83
LBC Rating: ~
Por Roger Ebert
6.3.08
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