6.3.08

Drácula

O Conde Drácula é o mais clássico dos vampiros, e o DRÁCULA de Bela Lugosi, estreado em 1931, permanece o clássico dos clássicos. Cinéfilos preferem o NOSFERATU de Murnau (1922), que serviu de inspiração também para o filme de 1979 de Werner Herzog.

Mas na imaginação coletiva é o húngaro Bela Lugosi que encarna o vampiro romeno. Sua voz é envolvente, seus olhos são sedutores. Mas ninguém se engane: o encanto do personagem criado por Lugosi vem de sua incrível ambiguidade, da capacidade de transmitir, ao mesmo tempo, as idéias de dor e de terror.

Pois Drácula é um demônio noturno, um pesadelo -e, se o filme hoje é um clássico, é em boa parte porque Lugosi conseguiu lhe dar a densidade e a intensidade que os pesadelos requerem.

É verdade que sozinho Lugosi não faria tudo o que fez, e o filme não seria o que é se a Universal não tivesse providenciado a iluminação de Karl Freund, um alemão saído das sombras do expressionismo -e um dos maiores fotógrafos do cinema. Ou ainda se não tivesse a dirigi-lo Tod Browning, que formava com James Whale a grande dupla de mestres do horror dos anos 30.

O terror é um gênero estranho e difícil, pois convoca plenamente o imaginário, mas só o faz na medida em que acene com a hipótese de tudo aquilo nos afetar realmente. É um gênero que nos agita inteiramente, corpo e alma, idéia e matéria. Poucos chegaram a isso e mantiveram por tanto tempo sua eficácia quanto esse DRÁCULA.

Spoiler Rating: 77
LBC Rating: ~

Por Inácio Araujo

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