Em torno do show que os Stones fizeram no Beacon Theatre em Nova York, Scorsese acrescentou elementos de suspense, de história, de humor e até de intriga -principalmente na rivalidade entre os guitarristas Keith Richards e Ronnie Woods.
Começa com imagens em preto-e-branco de Scorsese no Beacon Theatre e de Jagger num escritório, em Londres, paralelamente. Enquanto o diretor estuda onde posicionar as câmeras, Jagger diz, vendo a maquete do teatro: "Parece uma casa de bonecas". De fato, com “apenas” 2.400 lugares, o Beacon Theatre é pequeno demais para uma banda habituada a platéias de milhões. E as "desavenças" entre os Stones e Scorsese sobre locais e músicas ocupam a primeira parte do filme, que logo depois se torna colorido.
E é numa das cenas iniciais, no quarto de hotel que Mick Jagger cantarola: “Quero champanhe/quando estou com sede”. Mais tarde, “Champagne and Refresh” será o mais vibrante dos números, um diálogo de guitarras no palco que inclui a participação de Buddy Guy. Não há nada parecido! Não é a performance ao vivo, mas Scorsese com uma epopéia de câmeras e tomadas e cenas e planos e frames, justamente para tentar captar toda a eletricidade de um show ao vivo. E por isso mesmo, o filme, como insinua a sinopse, não é um show dos Stones, mas um filme de Scorsese. E acima disso, um tributo à longevidade da banda e do próprio diretor.
Spoiler Rating: 83
LBC Rating: ~
Por Luiz Zanin Oricchio (Estado), Silvana Arantes (Folha) e Agências Internacionais
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