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MENINA DE OURO é até um filme relativamente pequeno e modesto. Como a maior parte da crítica, não vou contar toda a história e estragar a surpresa do enredo. Basta dizer que não é uma versão feminina de ROCKY. É um filme pesado, humano, trágico e, por isso mesmo, possivelmente o que Eastwood fez de melhor em toda sua longa carreira.
Aqui, a discrição, sua marca registrada, é muito bem-vinda e eleva o filme para algo mais do que uma mera história de boxe feminino.
Já houve uns poucos outros filmes sobre o tema, mas o bom de MENINA DE OURO é que tudo é feito com a maior dignidade, sem demagogia, sensacionalismo ou exageros.
Eastwood faz um velho treinador - muito envelhecido, também melhor ator do que nunca - que, com relutância, aceita treinar uma garota ambiciosa, Hilary Swank, que depois do Oscar de MENINOS NÃO CHORAM finalmente voltou a acertar; não está nem mesmo masculinizada demais. Ele é ajudado por outro veterano, que se torna o narrador da história, Morgan Freeman, num papel que pode lhe render o Oscar de ator coadjuvante.
Juntos eles se tornam amigos e fazem uma boa carreira até chegar a vencer o campeonato. E mais não digo. Basta ressaltar como se evita o dramalhão, como no conflito com a família vulgar e pobre, que deseja apenas se aproveitar da boxeadora e quer ficar com o dinheiro, sem ao menos disfarçar a desaprovação pela escolha dela.
E a amizade do velho com a moça é feita com muita ternura e delicadeza. O único problema que vejo no filme é comercial, já que parece ser "filme de homem", quando na verdade é "de mulher"; Precisou mesmo dos prêmios para ser mais bem vendido e apreciado. E também merece o prestígio que conseguiu.
Spoiler Rating: 90
LBC Rating: 83
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