5.2.08

Lawrence da Arábia


Dentro dos filmes mais bonitos, mais bem fotografados, mais perfeitos, reserve sempre um lugar para as obras de David Lean. LAWRENCE DA ARÁBIA é até hoje o exemplo perfeito de como se fotografar um filme no deserto. Ninguém conseguiu fazer melhor, nem acredito que tentará. Este é um filme definitivo também como biografia, que mostra muito e explica muito pouco. Falando de um personagem controvertido e ambíguo, que teve um papel político confuso, é um verdadeiro milagre que sustente o interesse e por vezes até empolgue. É sempre graças ao trabalho do diretor, que fotografa as dunas de maneira irretócavel, que se dá ao luxo de utilizar o calor da areia formando o que primeiro parece uma miragem e que aos poucos vai tomando forma, é a primeira aparição de Omar Sharif no filme. Grandioso sem ser grandiloquente, épico sem cair em exageros, histórico sem se tornar didático, Lawrence é uma obra-prima no gênero, de tal forma que fia díficil pensar num deserto sem imaginar na fotografia de Freddie Young e a música de Maurice Jarre.

Antes de sua morte, David Lean ainda teve tempo de supervisionar a restauração desse seu filme, que foi relançado em versão completa (inclusive com uma cena polêmica em que o herói era estrupado pelo árabe Jose Ferrer, deixando mais clara a opção homossexual posterior do protagonista). Foi Lawrence que lançou o pouco conhecido irlandês Peter O´Toole, depois de terem sido considerados Albert finney, Anthony Perkins e Guiness (que era velho demais para o papel). Com seu cabelo pintado, ficando mais loiro (e ainda uma operação plastica para tornar mais reto o seu nariz!), ele teve também de controlar suas lendárias bebedeiras para que Lean o aceitasse no papel. Mas foi díficil, pois durante as filmagens ele teve uma longa sucessão de queimaduras, ligamentos quebrados e outros problemas semelhantes. Além de ter sido mordido e derrubado por camelos diversas vezes.

Na cena do acidente de moto, a última filmada, quase que o ator realmente morreu quando o veículo se desmontou inteiro. Dizem que ao final das filmagens ele se retirou apra um hospital para descansar. O filme transformou em astro mundial um ator egipcio, que era astro em sua terra natal, Omar Sharif que mais tarde interpretaria, com o mesmo diretor, o papel-título de DR. JIVAGO. Todas as cidades (Damasco, Cairo, Jerusalém) foram recriadas na Espanha e, para interpretar mulheres muçulmanas, algumas foram realmente levadas do Egito.

O filme ganhou 7 Oscars, inclusive Melhor Filme, Diretor, Direção de Arte, Fotografia, Montagem, Trilha Musical e Som, mas não para ator (O´Toole perdeu para Gregory Peck), nem coadjuvante (Sharif perdeu para Ed Begley). A fita custou na época a fortuna de 15 milhões de dólares.

Spoiler Rating: 86
LBC Rating: ~

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