4.1.08

Cold Mountain

COLD MOUNTAIN é mais um filme impecável de Anthony Minghella e sua equipe, que deve ser hoje em dia a melhor do mundo: o compositor Gabriel Yared, o diretor de arte Dante Ferretti, o fotógrafo John Seale, a figurinista Ann Roth. Todos fazem trabalhos excepcionais nesta superprodução de US$ 80 milhões da Miramax.

Mas não foi indicado ao OSCAR de melhor filme porque é uma história de amor fria, que não provoca lágrimas, nem suficiente emoção. É um bom filme, muito bem feito, muito bem interpretado, um pouco triste, um pouco amargo (afinal fala sobre os absurdos da Guerra Civil americana, principalmente o que sofreram os civis e os soldados que tentavam voltar para casa, na mão de milícias que se diziam justiceiras). Há alguns momentos espetaculares, dignos de serem vistos e prestigiados, até mesmo de ganharem indicações. Mas não há muito como lhe premiar.

Não li o livro de Charles Frazier que lhe deu origem, mas sei que não tinha a aparência de resultar numa fita comercial e fácil. A obra foi adaptado por Minghella que é uma das pessoas mais sensíveis e gentis de Hollywood.

O filme se passa numa cidade da Carolina do Sul chamada Montanha Gelada (as locações, por economia, foram na Transilvânia, Romênia). Lá, uma bela jovem (Nicole Kidman), filha de um pregador (Donald Sutherland), se apaixona por um rapaz local (Jude Law). Quando vem a guerra, ele vai lutar e só pensa em voltar para ela, que fica na miséria e acaba sendo salva pela ajuda de uma mulher sem destino, que vira sua empregada (Renée Zellwegger, que tem chanches como coadjuvante).

Enquanto isso, Jude passa pelo inferno, escapando da morte várias vezes, encontrando figuras bizarras no caminho, um pregador desonesto (Philip Seymour Hoffman), uma benzedeira (Eilleen Atkins), uma jovem viúva que lhe oferece cama (Natalie Portman), um traidor (Giovanni Ribisi). Sem contar que ele enfrenta também algumas batalhas (numa delas, os nortistas provocam uma explosão que cava um enorme buraco, mas eles é que acabam presos nessa armadilha).

É um grande épico romântico, meio DR. JIVAGO, onde o clímax não é o reencontro do casal (que sucede vinte minutos antes do final). E o prazer é se ver, numa história bem contada, um elenco fotogênico e bonito (não ha duvida que faz bem aos olhos contemplar Jude e Nicole, certamente o casal mais bonito e competente do ano). Só não tenho certeza se queria ouvi-la ou se ela acrescenta alguma coisa que já não saibamos sobre a natureza humana ou a passagem inevitável do tempo. De qualquer forma, não é um fracasso, o que já é muito. Mas também não é o grande filme que se esperava.

Spoiler Rating: 86
LBC Rating: ~

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