5.12.07

A Bússula de Ouro

Com a franquia SENHOR DOS ANÉIS esgotada até o ultimo centavo, a New Line voltou seus olhos para A BÚSSULA DE OURO, o primeiro conto de uma trilogia do aclamado livro de Philip Pullman, "His Dark Material".

É o retorno do estúdio à fantasia. Um pequeno truque. Já que a ênfase dada por Pullman está mais nos jovens heróis, seduzidos por paisagens mágicas e fantásticas e menos na guerra e no machismo dos "anéis". A BÚSSULA DE OURO é uma epopéia light, um filme que aborda a nostalgia da infância com personagens tentados ao bem e ao mal. Algo mais "Harry Potter" do que "Beowulf".

Nem por isso deixa de ser uma promessa no gênero. Adaptado e dirigido por Chris Weitz, A BÚSSULA DE OURO possui sua própria elite de feitiçaria no filme, repleto de efeitos em CG, 2D e 3D. É uma sobrecarga de imaginação. Contudo o filme mantém um argumento estável diante do atoleiro de efeitos visuais.

A BÚSSULA DE OURO ocorre dentro de uma realidade alternativa da Europa, onde o período de tempo parece atrasado a Charles Dickens e adiantado a Jules Verne. É um século com grandes dirigíveis e outros meios exóticos de transporte e criaturas místicas. E tudo governado por um grupo soberano denominado Magisterium. Nesse lugar, todos são acompanhados por um espírito animal. Um companheiro de alma. Um alter-ego chamado de "daemon" que se entrelaça na vida de cada pessoa. E embora os daemons sejam um elemento fundamental na historia, na execução são um mise-en-scene desordenado. Um simples coadjuvante em CGI. O daemon de Lyra, a heroína, é chamado de Pantalaimon (dublado por Freddie Highmore, isso porque Lyra é jovem e, portanto seu daemon também).

Lyra é uma menina levada que vive na tranqüila cidade universitária de Oxford, na Inglaterra. Lá, crianças começam a desaparecer. E quando seu grande amigo Roger (Ben Walker), some, Lyra parte em sua busca, disposta a desafiar seus próprios temores. E na paisagem árida do Norte, em busca do amigo, Lyra enfrenta uma terrível conspiração que faz uso de crianças-cobaias em sinistras experiências. Entre ursos usando armadura e bruxas que sobrevoam as sombrias geleiras, Lyra terá que fazer alianças inesperadas se quiser salvar o amigo de seu trágico destino.

Seguem-se então diversas batalhas, uma revelação chave, um salvamento e um final aberto do tipo "To Be Continued". Mas a mistura entre live action, CGI e efeitos visuais é magnífica: Bruxas varrem a noite pelos céus. Homens Maus atiram bolas de fogo e uma menina ao contrário do que lhe aconselham, usa seu livre-arbítrio a bel prazer. Afinal, que "criança" não gostaria dessa história?

Spoiler Rating: 82
LBC Rating: 54

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