12.10.07

Zoofilia


Em julho de 2005, um homem moribundo foi deixado num hospital na zona rural dos Estados Unidos, a noroeste do Pacífico. Policiais seguiram as pistas e chegaram a um haras, onde encontraram vários vídeos com imagens de homens do mundo todo fazendo sexo com cavalos. A causa da morte foi perfuração no cólon.

O docudrama ZOO investiga a vida de um homem de família aparentemente normal de Seattle, cujo apetite sexual secreto o levou à morte. Mostra ainda a cobertura da imprensa que se seguiu e como o clamor popular revelou uma comunidade secreta de zoófilos, que se auto-intitulam "zoos".

Interessante que o cineasta Robinson Devor não procura apontar culpados ou tratar o assunto como perversão de um bando de tarados que procura saciar seu apetite sexual com animais. Os zoófilos ganham uma voz ativa para explicar os motivos que os levam a esse tipo de relacionamento. Percebemos amor e não o simples sexo carnal e devasso. O contato intimo com os animais era terno e carinhoso. Chega a ser uma mistura de tristeza e emoção.

Visivelmente, Devor combina narrativa com documentário. A recriação de eventos misturados com cenas reais remete aos ótimos trabalhos realizados pelo cineasta Werner Herzog. A proposta estética de Devor utiliza seqüências sedutoras e oníricas, manipuladas para que o tema seja apresentado com um certo conforto para o espectador. Esse formato permite que o público não fique indignado. Esse jeito estilístico, em um primeiro momento, pode ser acusado de parcial. Mas como o assunto gera uma imparcialidade pelo público, talvez fosse a única maneira de Devor conseguir a atenção do espectador sem cair no ridículo ou no humor negro. Infelizmente o tabu social é maior que a discussão sobre a matéria.

Spoiler Rating: 60
LBC Rating: ~

Por Mário Abbade (Omelete)

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