A Casa de Alice

Alice tem cerca de quarenta anos e mora num bairro de periferia de São Paulo. Ela divide a casa com sua mãe, Dona Jacira, seu marido, o taxista Lindomar, e seus três filhos Lucas, Edinho e Junior. Alice trabalha como manicure num salão de beleza e depois de 20 anos de casamento, nem Lindomar nem Alice esperam grandes emoções românticas e entre algumas escapadelas, eles vão levando a vida.

E desse argumento estupidamente simples que surge o primeiro filme de ficção
do documentarista Chico Teixeira que encara a direção com extrema leveza e naturalidade.

O filme é basicamente sobre o cotidiano de uma mulher que se ilude o tempo todo e vai repetindo seus erros vida afora. É um filme de pequenas ações, com movimentos íntimos internos, com frustrações do dia a dia, onde nada é seguro e ninguém sabe pra onde vai naquela casa. É tudo um vazio enorme.

Diferente do cinema contemporâneo nacional, A CASA DE ALICE traz um frescor na sua forma de olhar o Brasil, em seu retrato inovador e inteligente da família urbana de classe média. É um roteiro que aborda a vida de um grande número de brasileiros. De certa forma é também um retrato de uma classe média urbana que pode ser encontrada em todo o mundo: o dia a dia de pessoas comuns de uma maneira profunda e perspicaz, centrado em sentimentos e falhas humanas. E assim cada um leva sua vida.

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