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Com duas horas e 20 minutos que passam como sete horas e 80 minutos, THE MAN FROM LONDON poderia ser exibido para franco atiradores em tropas de elite no mundo inteiro como teste de atenção e paciência. Depois de meia hora testado, o público, corajoso, desenvolve passatempos curiosos como cronometrar a duração de qualquer um dos planos. Uma porta, por exemplo, é trancada e permanece um minuto e dez segundos estática. Em dois minutos e 30, observasse um homem comendo de costas. Quando o plano não é fixo, a câmera é...De uma luminária de teto até vermos a sala, a imagem leva 45 segundos para baixar. Hmmm....
Para dar algum crédito a Tarr, não há dúvida de que ele fez um filme como nenhum outro, e que a repetição faz parte de uma trama que envolve culpa, morte e dor à beira de um mar europeu. As atuações (Tilda Swinton dublada em húngaro é uma das inúmeras excentricidades) que parecem querer destituir Robert Bresson do seu estilo bressoniano chamam a atenção pela estilização total do ator e da idéia de drama. Um rosto chora não pela face em si, mas apenas pelos olhos. De qualquer forma, a experiência completa de ver esse filme nos leva perdidos aos pântanos da visão torturante de um cinema que ainda vem acompanhado de uma partitura musical enervante (re-re-re-re-re-repetitiva). Tarr reforça a sensação de estarmos vendo uma piscina olímpica sendo enchida com uma xícara.
Spoiler Rating: 35
LBC Rating: ~
Por Kléber Mendonça Filho (JC)
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