11.9.07

The Man from London


THE MAN FROM LONDON é um recordista: Poucos filmes são tão lentos e enlouquecedoramente monótonos quanto esse, do húngaro Béla Tarr. Também na premiere, viu a maior debandada deste ano, sempre acompanhada do sinistro ruído das cadeiras, que batem nos encostos toda vez que alguém as deixa. E, claro, sem contar aqueles que fizeram da exibição um dormitório.

Com duas horas e 20 minutos que passam como sete horas e 80 minutos, THE MAN FROM LONDON poderia ser exibido para franco atiradores em tropas de elite no mundo inteiro como teste de atenção e paciência. Depois de meia hora testado, o público, corajoso, desenvolve passatempos curiosos como cronometrar a duração de qualquer um dos planos. Uma porta, por exemplo, é trancada e permanece um minuto e dez segundos estática. Em dois minutos e 30, observasse um homem comendo de costas. Quando o plano não é fixo, a câmera é...De uma luminária de teto até vermos a sala, a imagem leva 45 segundos para baixar. Hmmm....

Para dar algum crédito a Tarr, não há dúvida de que ele fez um filme como nenhum outro, e que a repetição faz parte de uma trama que envolve culpa, morte e dor à beira de um mar europeu. As atuações (Tilda Swinton dublada em húngaro é uma das inúmeras excentricidades) que parecem querer destituir Robert Bresson do seu estilo bressoniano chamam a atenção pela estilização total do ator e da idéia de drama. Um rosto chora não pela face em si, mas apenas pelos olhos. De qualquer forma, a experiência completa de ver esse filme nos leva perdidos aos pântanos da visão torturante de um cinema que ainda vem acompanhado de uma partitura musical enervante (re-re-re-re-re-repetitiva). Tarr reforça a sensação de estarmos vendo uma piscina olímpica sendo enchida com uma xícara.

Spoiler Rating: 35
LBC Rating: ~

Por Kléber Mendonça Filho (JC)

Nenhum comentário:

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru