

UNE VIEILLE MAÎTRESSE, da francesa Catherine Breillat, é uma trama passional ambientada no século XIX e protagonizada por Asia Argento, o melhor que se pode dizer é que o resultado fica aquém do esperado, e isso escolhendo o adjetivo mais simpático em relação a Breillat. Escritora com mais de 13 livros publicados e roteirista de filmes como E LA NAVE VA, de Federico Fellini, Breillat se empenhou tanto para fazer este filme que nem o AVC que deixou todo um lado de seu corpo paralisado conseguiu impedi-la de concretizá-lo.
"Talvez seja um filme paraplégico", disse com ironia e amargura Breillat (que nasceu em 1948) e que caminhava com dificuldade, na entrevista coletiva após a premiere do filme em Cannes, que foi pouco aplaudido.
Um aplauso que pode ser considerado também sinal de cortesia para a diretora, já que, durante toda a projeção, foram vistas pessoas saindo e outras gargalhando, sendo que todas estas reações ocorreram em momentos supostamente com alto teor dramático.
Breillat, que ganhou fama de tratar a sexualidade feminina a partir de um ponto de vista inovador nos 11 filmes feitos entre UNE VRAIE JEUNE FILLE e UNE VIEILLE MAÎTRESSE, não conseguiu, com a "velha amante" de 2007 chegar à altura da "jovem menina" de 1975.
Nesta história artificial, o único fator chocante foi Asia Argento, no papel de uma mulher fatal de Andaluzia - malaguenha, por alguns aspectos - que cumpre escrupulosamente todos os itens, como fumar cigarros à la Carmen e usar no cabelo pentes enfeitados e flores.
"Todos os cineastas tentam oferecer sua visão da mulher fatal, e esta é a minha", disse Breillat.
O ruim é que esta mulher fatal em questão, em uma cena de sexo, deixa que apareça uma tatuagem que Argento possui no cóccix e, em outra, dá asas à imaginação sobre se teria colocado implante de silicone nos seios, coisas pouco comuns no século XIX.
Spoiler Rating: 62
LBC Rating: ~
Por Eliseo García Nieto - Agência EFE


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