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Lady é uma pequena cocker spaniel que chega à casa de uma tradicional família européia, no início do século XX, para trazer alegria ao local. O tempo passa, ela cresce. A querida senhora da família fica grávida e, com isso, Lady passa a se sentir em segundo plano. Amparada pelos amigos Fiel, um cão que perdeu o faro, e Joça, ela tenta se confortar com a nova fase de sua vida – justamente quando Vagabundo, um cão que costuma passear pelas ruas da cidade, cruza sua vida. Quando os donos da casa precisam viajar, eles chamam a tia Sarah para cuidar do neném recém-nascido. Dona de dois gatos malvados causa um desespero interior em Lady, que a leva a fugir de casa. Cabe então a Vagabundo fazê-la refletir sobre a situação e dar a volta por cima.
Algumas das mais belas cenas de toda a história do cinema também foram realizadas neste longa. Como não pensar no filme e não lembrar do inesquecível jantar no beco do restaurante italiano, onde os dois cachorrinhos comem uma bela macarronada e se beijam através de um macarrão que interliga as duas bocas? Simplesmente apaixonante. Aliás, esse é uma outra característica forte dos grandes clássicos da Disney, de nos fazer identificar com as situações vividas pelos personagens, mesmo estes sendo animais - e nos emocionar com isso.
A Disney fez a acertadíssima opção de não se entregar ao clichê do amor impossível entre duas "pessoas" de classes diferentes e trabalhou o roteiro em cima de outro conflito, o do retorno para casa com um sub-texto interessantíssimo sobre liberdade x responsabilidade. Criado em uma época pré “Easy Rider” estadunidense, o filme se torna historicamente importante também, afinal, todos querem viver livres, mas como Lady pergunta a Vagabundo, “mas quem cuidaria dos bebês?”.
O filme é mais lento, charmoso, delicado do que os demais também. Dá um passo de cada vez, sem pressa, nos apresentando tudo de forma forte e deliciosa. Regado com belíssimas canções, é uma viagem apaixonante e até mesmo os clichês não incomodarão. Se há falhas (alguns personagens que passam rápido demais na estória, influenciam o caminho dos personagens e depois são esquecidos mais rápido ainda), essas se tornam pequenas perante a declaração de amor que é A DAMA E O VAGABUNDO – o maior e melhor animal de estimação que o cinema já teve.
Spoiler Rating: 80
LBC Rating: ~
Por Marcos Petrucelli (E-Pipoca), Lóiam Torres (Animatoons), Marc Eliot (O Príncipe Sombrio de Hollywood) & Diana e Mário Corso (Fadas no Divã)
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