18.8.07

Monstros também Choram

Relatórios de produtividade, romances interdepartamentais, empresários sequiosos de lucros, rixas entre colegas de trabalho e atividades que se espalham pelos cinco continentes, divulgadas com ampla publicidade. Sim, trata-se da rotina de uma multinacional, onde tudo funciona, literalmente, na base do grito.

Não, não é nenhum libelo contra o neoliberalismo, e sim outra produção da Disney: MONSTROS S/A. O filme narra as aventuras (e desventuras) de Sulley, a estrela da corporação. A companhia, idolatrada na cidade de Monstrópolis, provê energia para seus habitantes a partir do grito de crianças, aterrorizadas em todo o mundo, todas as noites, por seus profissionais: monstros treinados para se manterem dependurados em lustres, assustarem gêmeos e, principalmente, entrarem e saírem de armários com destreza, sem serem tocados e contaminados pelos pequenos humanos.

Sulley se vê em apuros depois que uma criança sai do quarto e chega a Monstrópolis. Ao lado dele está Mike - rechonchuda figura com vocação para o exibicionismo -, lançado no turbilhão de confusões graças ao coração mole do amigo. Porque é claro que Sulley decide devolver Boo, a criança, a salvo para casa, e para isso terá de atravessar obstáculos aparentemente intransponíveis (como sair do Himalaia, na divertida seqüência em que ninguém menos do que o Abominável Homem das Neves faz uma ponta). Atrapalha a missão de Sulley, particularmente, seu antagonista no trabalho: Randall, monstro que ambiciona ocupar lugar de destaque na companhia, mas que, ao ver o talento de Sulley levar sempre a melhor, se sai com uma engenhoca capaz de aumentar a lucratividade da empresa.

MONSTROS S/A se vale de alguns truques para prender a atenção dos adultos e arrancar deles boas risadas, como quando faz referência aos "Caça-Fantasmas", na roupa da equipe contratada pelo governo de Monstrópolis para detectar o paradeiro de Boo. Ou nas referências a clichês de filmes catástrofe como o uso da câmera lenta para a entrada de monstros em ação, ao som de trilha épica, ou a manjada cena com depoimentos de pessoas comuns na TV falando sobre o que teriam presenciado do horror na cidade.

O filme parte de uma premissa já visitada pelo mundo infantil desde pelo menos A BELA E A FERA (a de que o caráter não está na aparência) e é previsível, mas tem ritmo, muito bom humor, demonstração de princípios elevados como a amizade, a honestidade, a coragem e a bondade, e cumpre com leveza e notáveis recursos tecnológicos a missão a que se propõe: entreter e mostrar que, no peito dos monstros, também pode bater um (bom) coração.

Spoiler Rating: 92
LBC Rating: ~

Um comentário:

Unknown disse...

Ainda hoje, se me perguntarem se Shrek é superior à Monstros S/A não sei ao certo se terei uma uma resposta satisfatória para dar. Porém são dois dis melhores filmes em CGI da história do cinema. Ambos mereciam levar o Óscar, ambos tem Roteiros geniais. Talvez, o filme Pixariano, tivesse um mlelhor apuro técnico que à do longa da Dreamworks, no que diz respeito a Edição de Som e a Trilha Musical.

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