
No liquidificador de referências, pontifica um cubo que lembra, por sua misteriosa função vital, o monolito negro de "2001, uma Odisséia no Espaço" (1968). Facções de supermáquinas se enfrentam para ver qual localiza primeiro um garoto? "O Exterminador do Futuro 2" (1991).
De "Jogos de Guerra" (1983), empresta-se o clima de medo face à possibilidade de uma terceira guerra mundial devido à invasão da rede do Pentágono por hackers. Como em "Encurralado" (1971), veículos adquirem vida própria.
"Falcão Negro em Perigo" (2001): tropas de elite a bordo de helicópteros Black Hawk procuram resgatar os heróis em uma Los Angeles que parece ainda mais hostil do que Mogadíscio (Somália). A extensa lista inclui auto-referências, como a piada que Michael Bay (do fracasso "A Ilha") faz com seu "Armageddon" (1998).
Não se trata apenas de exercício de colagem. A importância da internet na trama e o desfile de marcas fazem de "Transformers" um perturbador espelho da atual sociedade global de consumo segundo Hollywood.
Reaparece também a apologia da força militar norte-americana, ainda que suavizada por humor (de que John Turturro, como um agente ultra-secreto saído de um filme dos irmãos Coen, talvez seja o melhor representante). Desse caldo, Bay extrai ação em doses cavalares.
No corre-corre frenético, personagens são esquecidos pelo caminho e a pieguice se impõe, mas os astros Autobots e Decepticons resistem a isso.
Spoiler Rating: 84
LBC Rating: 52
Por Sérgio Rizzo - Folha de São Paulo
Um comentário:
O Michael Bay é um diretor muito fraco mesmo, acho que nunca vai aprender com os erros que comete constantemente. "Transformers" é seu melhor filme, o que não quer dizer grande coisa, já que tem mais defeitos do que méritos.
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