7.3.08

10000 AC

Roland Emmerich é o tipo de diretor que os críticos têm prazer em odiar. Alemão, fascinado por Hollywood e por superproduções (INDEPENDENCY DAY, GODZILLA, O DIA DEPOIS DE AMANHÃ) ele próprio considera inimaginável fazer um filme de baixo orçamento. Agora por tradição, seu novo filme repete as velhas fórmulas de sua filmografia e, os mesmos defeitos...

10000AC é puro cinema pipoca. Repleto de ação, aventura, centena de efeitos e uma narrativa épica (e mítica), o diretor volta-se para a aurora do mundo, recuando cem séculos no tempo para debruçar-se sobre a saga do primeiro herói, D'Leh (Steven Strait).

O público logo é convidado a acompanhar uma faminta tribo de caçadores que convivem com a iminente extinção de sua principal presa, o mamute. A certa altura, a tribo ainda sofre com o seqüestro de alguns de seus jovens e de uma bela menina de olhos azuis. Cabe ao herói resgatá-los.

Trata-se de uma aventura séria, mas com certa veia cômica e certo estilo kitsch. Os habitantes tribais – quase selvagens - falam um inglês sem restrições. Têm dentes branquíssimos e perfeitos. São todos solenes, com vocabulário e empostação de voz típicos dos clássicos hollywoodianos dos anos 50.

Por outro lado, a direção de arte é espetacular, criando com força faraônica, gigantescas civilizações perdidas. Virtuais, é claro. Fora uma debandada de mamutes e um tigre virtual ainda melhor que o leão Aslan de CRÔNICAS DE NÁRNIA. O que não é pouco.

O diretor usa todos os recursos do cinemão para construir uma história de redenção, com direito a segunda chance e volta ao lar, temas essenciais de Hollywood. Sem preconceito, é possível embarcar na magia de sua fábula. Mas ao vê-lo só nos obriga a dar crédito a Mel Gibson pelo semelhante e infinitamente superior APOCALYPTO.

Spoiler Rating: 63
LBC Rating: ~

Por Pedro Butcher (Folha), Luiz Carlos Merten (Estado) & Celso Sabadin (Yahoo Movies)

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