8.2.08

Titanic


TITANIC, a superprodução de 200 milhões de dólares escrita, dirigida e produzida pelo canadense James Cameron bateu alguns recordes. Antes mesmo de sua premiação como o melhor filme do ano, já aparecia como a maior bilheteria de todos os tempos: 1,25 bilhão de dólares em todo o mundo. No Oscar, foram 14 indicações (mesmo número de A MALVADA, de 1950) e onze estatuetas (mesmo número de BEN-HUR em 1960 e SENHOR DOS ANÉIS em 2003), incluindo filme e diretor.

Os nove Oscars restantes foram técnicos: direção de arte, fotografia, figurino, montagem, trilha musical, canção, som, efeitos sonoros, efeitos especiais ou visuais. Hollywood então premiou a técnica de TITANIC? É verdade, mas isso não elimina de maneira alguma os méritos do filme.

TITANIC tem todos os elementos do cinemão hollywoodiano. E aqueles, inclusive, vistos em clássicos como E O VENTO LEVOU. O filme de James Cameron é, em resumo, um dramalhão romântico que mostra a paixão avassaladora e incontrolável que surge entre dois jovens de classes sociais distintas.

Leonard Maltin, um dos mais famosos críticos de cinema nos Estados Unidos, escreve sobre E O VENTO LEVOU: "A história da roteirista Margareth Mitchell é, de fato, um novelão sobre a Guerra Civil (...)". É simples entender o que Maltin quer dizer. E O VENTO LEVOU é daqueles produtos lacrimejantes, mas com uma história tão bem contada que passa longe do incômodo. "Se não o melhor filme já realizado, é certamente um dos grandes exemplos do cinema capaz de manter o interesse por quase quatro horas", afirma Maltin. É bom lembrar que TITANIC tem mais de três horas de duração.

Em ambos os filmes, desenvolve-se uma estrutura narrativa muito semelhante. E não por pura coincidência, mas simplesmente porque o cinema americano tenta seguir uma cartilha que dá certo para atingir seu objetivo - entende-se público ou, melhor, dinheiro. O esquema é assim: num primeiro momento, o par central da história parece não combinar. Existem diferenças tão grandes entre eles que seria impossível imaginá-los juntos. Como estamos falando de cinema, a arte da imaginação, vão surgindo elementos que colocam os dois frente a frente. Mais ainda, situações que tornam os personagens dependentes um do outro. E como o cinema tem por regra subverter a realidade, fazendo qualquer espectador dobrar-se diante da fantasia, tudo o que é mostrado acaba convencendo. O final desse primeiro capítulo é o casal já apaixonado, vivendo momentos inesquecíveis e que se espera eterno.

Mas como requer um bom drama, uma desgraça aparece para acabar com a felicidade. Em E O VENTO LEVOU era a Guerra Civil. Em TITANIC, um iceberg. No primeiro, americanos do sul e do norte lutam pela sobrevivência. No segundo, homens de todas as partes do mundo lutam por um lugar num bote para não ver afundar o sonho de conquistar a América.

Em TITANIC premiou-se a técnica, sim. Mas o som, os efeitos especiais e toda a pirotecnia que vemos são justificáveis. O diretor James Cameron soube, e sempre soube, utilizar a técnica a favor do desenvolvimento argumentativo e dramático. Em 1999, E O VENTO LEVOU completou 50 anos. Posso apostar que em bem menos tempo TITANIC também será lembrado como clássico e uma obra de referência histórica no cinema.

Spoiler Rating: 85
LBC Rating: ~

Um comentário:

Unknown disse...

James Cameronutiliza de uma narrativa bastante simples, mas que funciona magnificamente bem, graças as soluções encontradas pelo supracitado diretor, técnicamente falando. Mereceu todos osOscar® técnicos que recebeu. Se foi o melhor filme daquele ano, já não sei dizer.
Ratting: 88.

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