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Comparado com LAWRENCE DA ARÁBIA, o filme nunca procurou essa semelhança ao se passar num deserto. Inclusive, por isso é que não foi rodado em formato Scope-Wide Screen, mantendo a proporção normal mais adequada para uma história de amor onde o deserto é apenas o pano de fundo.
Vagamente inspirado em fatos reais, o livro de Michael Ondaatje (disponível nas livrarias brasileiras) se passa no Norte da África, durante a Segunda Guerra Mundial. Já começa com um velho avião bimotor caindo no deserto com um casal dentro. O sobrevivente (o inglês Ralph Fiennes) fica gravemente doente, com amnésia e seu rosto deformado pelas queimaduras, portanto irreconhecível.
Daí em diante o filme segue duas linhas narrativas, ambas tocantes e românticas. Na primeira, uma enfermeira dedicada (a francesa Juliette Binoche, vencedora do Oscar de coadjuvante e votada como melhor atriz no Festival de Berlim) procura cuidar desse paciente e se refugia numa velha igreja, onde está também um sujeito misterioso (Willien Dafoe) e sinistro, que aparentemente procura vingança. E um oficial indiano, especialista em desmontar bombas, com quem ela inicia um relacionamento romântico, muito discreto e delicado.
Aliás, toda essa parte funciona principalmente pelo encanto de Binoche, de tal forma que a seqüência mais memorável é quando ela, levada por uma corda e segurando uma vela, descobre pinturas antigas da igreja toscana. Em paralelo, fica se sabendo da outra história: aos poucos o paciente vai recordando do que sucedeu com ele, através de um livro que carrega e que vai lhe dando pistas. Ele é o Conde Laszlo de Almasy, um aristocrata que liderou uma expedição ao deserto em busca de cavernas pré-históricas, o que, portanto, lhe dá um mapa detalhado da região que será útil depois quando estourar a guerra.
Dentre o grupo, há um aviador inglês (Colin Firth) que é acompanhado por sua bela esposa (Kristin Scott Thomas, indicada também ao Oscar). Eventualmente os dois iniciarão um romance proibido e complicado, que chegará ao seu clímax quando ele faz de tudo para tentar salvar a vida dela em perigo. Se envolvendo com os alemães e tudo...
Bastante longo, o filme é impecavelmente dirigido por Anthony Minghella, um filho de italianos mas nascido na Inglaterra. Com uma excelente parte técnica, não chega nunca a cansar ou aborrecer. O único possível defeito é a frieza do protagonista Fiennes, que não é exatamente uma pessoa por quem a gente torceria ou se apaixonaria.
Spoiler Rating: 77
LBC Rating: ~
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