8.2.08

O Paciente Inglês


Indicado para doze Oscars, venceu em nove categorias, inclusive a de melhor filme. O PACIENTE INGLÊS é um daqueles filmes românticos, grandiosos, bonitos, de que todo mundo parece gostar. O curioso é que é uma produção independente de Saul Zaentz (que quase faliu ao rodar no Brasil o filme BRINCANDO NOS CAMPOS DO SENHOR, de Hector Babenco), que teve de ser salva pelo dinheiro da distribuidora Miramax. Ou seja, ninguém acreditava nele, até se tornar um sucesso. Até mesmo aqui no Brasil, onde as mulheres voltam a chorar no cinema (o que convenhamos é sempre um prazer).

Comparado com LAWRENCE DA ARÁBIA, o filme nunca procurou essa semelhança ao se passar num deserto. Inclusive, por isso é que não foi rodado em formato Scope-Wide Screen, mantendo a proporção normal mais adequada para uma história de amor onde o deserto é apenas o pano de fundo.

Vagamente inspirado em fatos reais, o livro de Michael Ondaatje (disponível nas livrarias brasileiras) se passa no Norte da África, durante a Segunda Guerra Mundial. Já começa com um velho avião bimotor caindo no deserto com um casal dentro. O sobrevivente (o inglês Ralph Fiennes) fica gravemente doente, com amnésia e seu rosto deformado pelas queimaduras, portanto irreconhecível.

Daí em diante o filme segue duas linhas narrativas, ambas tocantes e românticas. Na primeira, uma enfermeira dedicada (a francesa Juliette Binoche, vencedora do Oscar de coadjuvante e votada como melhor atriz no Festival de Berlim) procura cuidar desse paciente e se refugia numa velha igreja, onde está também um sujeito misterioso (Willien Dafoe) e sinistro, que aparentemente procura vingança. E um oficial indiano, especialista em desmontar bombas, com quem ela inicia um relacionamento romântico, muito discreto e delicado.

Aliás, toda essa parte funciona principalmente pelo encanto de Binoche, de tal forma que a seqüência mais memorável é quando ela, levada por uma corda e segurando uma vela, descobre pinturas antigas da igreja toscana. Em paralelo, fica se sabendo da outra história: aos poucos o paciente vai recordando do que sucedeu com ele, através de um livro que carrega e que vai lhe dando pistas. Ele é o Conde Laszlo de Almasy, um aristocrata que liderou uma expedição ao deserto em busca de cavernas pré-históricas, o que, portanto, lhe dá um mapa detalhado da região que será útil depois quando estourar a guerra.

Dentre o grupo, há um aviador inglês (Colin Firth) que é acompanhado por sua bela esposa (Kristin Scott Thomas, indicada também ao Oscar). Eventualmente os dois iniciarão um romance proibido e complicado, que chegará ao seu clímax quando ele faz de tudo para tentar salvar a vida dela em perigo. Se envolvendo com os alemães e tudo...

Bastante longo, o filme é impecavelmente dirigido por Anthony Minghella, um filho de italianos mas nascido na Inglaterra. Com uma excelente parte técnica, não chega nunca a cansar ou aborrecer. O único possível defeito é a frieza do protagonista Fiennes, que não é exatamente uma pessoa por quem a gente torceria ou se apaixonaria.

Spoiler Rating: 77
LBC Rating: ~

Nenhum comentário:

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru