Filmes baseados em obras de Shakespeare sempre atraíram mais diretores do que publico. Só de 1905 (MACBETH) ate meados da década de 50, foram feitos 66 filmes de 22 peças do genial inglês. Mesmo com nomes que já eram ídolos, como Mary Pickford, James Cagney, Dick Powell, Norma Shearer, as bilheterias não registravam grandes rendas. Foi quando, em 1946, o sucesso de crítica e de publico que Laurence Olivier conseguiu com HENRIQUE V O animou a fazer este HAMLET. Olivier filmou em preto e branco: "Vejo-o mais como uma gravura do que como uma pintura". Muita coisa teve que ser cortada (os personagens Fortinbras, Rosencrantz e Guidenstern foram sacrificados) ou modificada (os solilóquios se transformaram em monólogos interiores). De uma peça de quatro horas e meia, restaram duas horas e 35 minutos de filme.
O rei da Dinamarca morreu. Seu fantasma aparece ao próprio filho, o príncipe Hamlet, para dizer-lhe que foi assassinado, e sua mãe se casou com o assassinato. HAMLET é considerado a grande tragédia da vingança.
Aos 18 anos, Jean Simmons faz Ofélia. Com 27, Eileen Herlie é a Rainha Gertrude, mãe de Hamlet (Olivier estava com 41). E foi a primeira vez que um filme não-americano ganhou o Oscar principal.
Segundo a critica Pauline Kael, "mesmo que achemos que algumas cenas deveriam ter sido realizadas de outra forma, nunca se fez essa peça tão bem, no cinema. Mesmo com omissões e cortes, nunca veremos, com certeza, produção mais emocionante e viva de "Hamlet" nas telas".
Na opinião de Bosney Crowther (The New York Times, em 1948), "assim como o engenhoso e espetacular "Henrique V", de Olivier, propôs novos limites visuais para as peças históricas de Shakespeare, o seu HAMLET nos oferece uma nova visão para as grandes tragédias de Bardo".
Spoiler Rating: 80
LBC Rating: ~


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