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Referindo-se a essa diferença, o critico Bosley Crowther do "The New York Times" de 03/12/45, pondera que "essa simplificação é um defeito, menor num filme chocantemente realista e morbidamente fascinante como este". E mais adiante: "O filme se iguala aos melhores e mais perturbadores estudos da personalidade já levados à tela. FARRAPO HUMANO é realmente uma obra prima da arte cinematográfica". E, na conclusão: "Não recomendaríamos o filme para alegre noitada na cidade. Mas ele é, certamente um drama irresistível, que todo espectador adulto deveria assistir".
São impressionantes as seqüências do "delirium tremens" quando ele imagina um morcego atacando um rato num buraco da parede, a do encarceramento numa enfermaria e a do grande close do olho direito do escritor injetado de sangue. Boa parte das filmagens aconteceu na Terceira Avenida, em Nova York (com câmeras e equipe escondidas para não atraírem a curiosidade publica), e no Hospital Bellevue. Uma seqüência do escritor caindo da escada foi feita com uma câmera amarrada ao seu peito.
Mas incrivelmente, o filme estava para não ser lançado. As primeiras exibições prévias para convidados tiveram péssima repercussão. A Paramount quase aceitou uma proposta dos representantes de um sindicato de destilarias, que ofereceu 5 milhões de dólares para que o publico não visse o que eles consideravam uma grande propaganda contra seu negocio. As coisas começaram a mudar quando o filme foi mostrado a críticos de Nova York, que logo aclamaram a direção de Wilder, o roteiro de Wilder e Brackett e a interpretação de Milland. A idéia de engavetar o filme foi logo abandonada. No lançamento, a boa bilheteria foi surpreendente.
Spoiler Rating: 82
LBC Rating: ~
Por Fernando Albagli ("Tudo Sobre o Oscar" - Ed. Zit)
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