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Mas a fita foi escrita especialmente para Nicole Kidman. Linda e boa atriz a danada. Ela faz tudo com enorme sinceridade e ajuda a segurar um projeto extremamente ousado. Ela faz a heroína, que é uma moça em fuga, perseguida pela polícia e o FBI, que consegue se refugiar numa cidadezinha com a ajuda de um rapaz (o inglês Paul Bettany, a figura imaginária de UMA MENTE BRILHANTE). A princípio eles são relutantes em aceitá-la (a fita é toda dividida em capítulos e cenas com interrupções, que acentuam ainda mais o lado teatral). Mas quando passa a lhes prestar serviços, vão mudando de idéia. Até quando mudam de idéia e passam a se aproveitar dela, de todas as maneiras, por vezes brutais (todos os homens a violentam com regularidade).
Como em outros filmes de Trier (ONDAS DO DESTINO e DANÇANDO NO ESCURO) a mulher é uma vítima da sociedade e da maldade dos homens. Aliás, o filme dá uma visão pessimista (ou realista) do ser humano, que é maldoso, egoísta, estúpido e grosseiro. Ou brutal em seu egoísmo. Isso torna o filme penoso de se assistir. Mas felizmente dessa vez, Trier permite que a personagem dê uma volta por cima, de uma forma satisfatória para a platéia (que não posso contar, logicamente, mas é um roteiro bem formulado e inteligente). O filme parece imbatível. Diretor famoso e importante, projeto original e ousado, elenco fantástico e Nicole maravilhosa.
Spoiler Rating: 79
LBC Rating: ~
Por Rubens Ewald Filho
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