30.11.07

Beowulf

BEOWULF, um poema épico saxão, leva o espectador a um "tempo de heróis". Reza a lenda, que o guerreiro derrota um demônio num duelo e atrai a ira da mãe do demônio, vivida por Angelina Jolie, o que provoca uma guerra de proporções nunca vistas.

Beowulf teria estatura para ser um herói trágico. Afinal, manipulado pela mãe-monstro, a cujo desejo sucumbiu, ele se redime com seu sacrifício, mas isso não livra o reino do poder maléfico da personagem de Angelina. Só que a tragédia vira pastelão graças ao ridículo involuntário.

Como em O EXPRESSO POLAR, o diretor Robert Zemeckis fez um filme com atores, captando seus movimentos, e depois transferiu tudo para o computador, criando uma animação digitalizada. O problema é que ele, mesmo aprimorando a técnica, não conseguiu resolver o que já era defeito no outro filme - a ausência de expressão no olhar das figuras em cena. Todas olham para lugar nenhum ou parecem estrábicas. Sem expressão nenhuma, atores como Anthony Hopkins, Robin Wright Penn e John Makovich ficam piores que robôs.

O filme esbanja grandiosidade, como pede qualquer épico deste porte, e algumas cenas de ação ganham vitalidade única graças à animação. A importância da história na literatura mundial é incontestável. Mas estamos falando de um filme e, neste sentido, A LENDA DE BEOWULF não tem tanta relevância. Especialmente após produções do gênero em live action como O SENHOR DOS ANÉIS, de Peter Jackson. Nesta questão, A LENDA DE BEOWULF perde o sentido. Quem precisa de um épico que parece um videogame?

Spoiler Rating: 76
LBC Rating: 60

Por Luiz Carlos Merten (Estado) e Angélica Bito (Yahoo Movies)

Um comentário:

Kamila disse...

A minha ressalva com este filme foi a mesma tocada no texto: a impassividade da expressão dos atores. Não importa o sentimento, a cara era a mesma. Isso é algo a se melhorar nesse experimento de Robert Zemeckis.

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