4.9.07

Cosa Nostra


Parece que IL DOLCE E L´AMARO, de Andrea Porporati, não agradou ao público no Lido. Não se ouviu um único aplauso na sessão de imprensa, embora também tenha sido poupado de vaias. E nem seria o caso de vaiar, pois se trata, pelo menos, de um filme digno. O problema é ser convencional demais.

Cobrindo um período de 20 anos, o filme conta a história de Saro Scordia, um rapaz esperto que cresce na Sicília e se deixa seduzir pelo poder e o dinheiro rápido proporcionados pelo ingresso na Máfia.

Depois de seu pai morrer num motim numa prisão, Saro vira protegido de um chefe mafioso local e vai pouco a pouco ascendendo na Cosa Nostra, tornando-se um matador que é enviado ao norte da Itália para atuar em assaltos e assassinatos.

Mas sua maioridade como bandido coincide com um desencanto crescente com o mundo da Máfia e seus chamados homens de honra, dispostos a mudar de lado e trair quem se interpõe em seu caminho.

O filme é bem-feito e tem aquele encanto das histórias da Cosa Nostra, tais como, nos acostumamos a ver a partir dos Chefões de Coppola. Truculência, certo humor, ambientação familiar, algum folclore. Ou seja, nada que o cinema americano, e até mesmo o italiano, já não nos tenham dado dezenas de vezes. Daí a indiferença. Mas é filme que se deixa ver com prazer.

Spoiler Rating: 75
LBC Rating: ~

Por Luiz Zanin Oricchio (Estado) & Silvia Aloisi (Reuters)

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