14.8.07

Por Mil e uma Noites

ALADDIN traz em sua abertura, uma definição contraditória do protagonista: Como jovem ambicioso e como cidadão improdutivo. Essa contradição seria problemática, caso não se tratasse de um adolescente, que geralmente é improdutivo no campo do trabalho profissional e desobediente na área das relações familiares, mas é potencialmente realizador.

Podemos entender que Aladdin não era simplesmente desobediente, mas não priorizava obter dinheiro e sustento material, pois ainda não era sua preocupação genuína. Ele se ocupava em ser feliz. Aladdin prezava a sua liberdade de ser e fazer, de modo genuíno e, sonhava com seu futuro; Era capaz de imaginar o que estava além de sua realidade imediata.

As qualidades pessoais de Aladdin lhe autorizava entrar na Caverna das Maravilhas. Pois, afinal, era puro de coração. Provavelmente é uma possibilidade de buscar por sua própria conta, riquezas surpreendentes. Sua capacidade de abstração, gosto por aventuras e imaginação diferenciada, lhe permitiu realizar seu potencial criativo de modo mais efetivo.

A Lâmpada que era guardada como um tesouro junto a jóias e moedas, representa uma outra ordem de "fortuna". Ela remete à capacidade de sonhar e concretizar aquilo que se deseja realizar – representa o Potencial Criativo. Por isso, ela contém um Gênio, uma força essencial capaz de operar a transformação de potencial em ação, de plano à realização.

A Lâmpada Maravilhosa é procurada por Jafar, que representa um indivíduo que conhece os poderes latentes da capacidade humana. No enredo, Jafar deseja a Lâmpada para expandir seus poderes, mas ele próprio não pode obtê-la, pois traz consigo vários paradigmas da idade adulta.

Só um jovem na adolescência, como Aladdin, poderia entrar na enigmática caverna e se apoderar da Lâmpada. Penetrar nas profundezas de seu ser e encontrar seu potencial criador, apossando-se dele. Uma criança faz uso de seu potencial criativo, mas não pode ainda, se apossar dele – usa-o tão somente. O adolescente pode compreender depois do encontro consciente com o Gênio, a diferença entre ser, fazer e pode escolher agir.

A caverna que guarda a lamparina mágica e que entendemos como o território do Eu, possui um altar onde se encontra a Lâmpada Maravilhosa. Um lugar onde pode ser apreciada simbolicamente como a sede do imaginário. Uma vez de posse da lâmpada, a caverna fervilha, explode num brainstorm de idéias. É um processo de autoconhecimento que explode no adolescente.

É curioso, que ao sair da caverna e de posse da lâmpada, Aladdin está apto a se casar com Jasmin. Está apto ao amor e conseqüentemente a vida adulta. São novos horizontes, novas perspectivas que são potencializadas mais ainda, sobre o tapete voador.

Spoiler Rating: 82
LBC Rating: ~

Por Cleusa Kazue Sakamoto

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