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Não é fácil. Marlín, um peixe-palhaço não faz ninguém rir de imediato, apesar do nome. Depois de presenciar a morte da mulher e das centenas de futuros "Marlín Jr.", atacados ao mesmo tempo por um predador, o peixinho apega-se a um único sobrevivente: Nemo. Medroso, torna-se um pai superprotetor e vive alertando o filho para os perigos de nadar no mar aberto. Defeituoso de uma nadadeira, resultado do mesmo ataque em que perdeu a mãe e os irmãozinhos, o pequeno Nemo, no entanto, revela ser mais corajoso, decide encarar o desafio e... vai parar em um aquário de um mergulhador em Sydney, na Austrália.
Daria para enumerar umas 350 animações nessa linha, perda-trauma-perda-superação, e logo de cara vem à memória MOGLI 2, da Disney, e A ERA DO GELO. Mas a verdade é que PROCURANDO NEMO nada para muito além disso, para mares nunca dantes navegados na construção de cenários e, sobretudo, na complexidade dos personagens.
Aproveitando as características biológicas de cada espécie, o roteirista Andrew Stanton (TOY STORY) compõe as passagens, diálogos e o bom humor da narrativa em cima dos traços naturais da "personalidade" de tartarugas (preguiçosas, porém sábias), tubarões (ameaçadores, porém instintivos) e de alguns peixes menores e sua tendência a viver em cardumes, seus hábitos de "higiene" e sua memória curta. Menção à parte mereceria a "neurose" dos peixes nascidos e criados em aquários domésticos.
Que a animação de seres humanos ainda esteja engatinhando diante da tecnologia disponível atualmente pouco importa: os grandes clássicos, de Disney aos Looney Tunes da Warner, nunca nos dispensaram muita atenção mesmo. Mas sejam brinquedos, monstros, galinhas ou peixinhos, o resultado reforça sempre a medida de nós próprios. Trágicos e engraçados, solidários e egoístas, são invariável e irremediavelmente humanos. Ao menos na voz.
Spoiler Rating: 97
LBC Rating: ~
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