18.7.07

"Tango de Rashevski" revê judaísmo com família polonesa

A comédia dramática "O Tango de Rashevski", que estréia em São Paulo na sexta-feira, lança um novo olhar sobre a herança judaica, partindo da morte da matriarca de uma família de descendentes de poloneses.

Co-produção entre Bélgica, França e Luxemburgo, o filme é dirigido por Sam Garbarski e roteirizado por ele e Philippe Blasbland -- autor dos roteiros de "Uma Relação Pornográfica"(1999) e "Apaixonado Thomas" (2000).

A morte de Rosa (Laurence Masliah) provoca uma profunda crise de identidade na família Rashevski, formada pelos descendentes de um pequeno núcleo polonês.

Sobreviventes do holocausto, esses poloneses se refugiaram na Bélgica. Aos poucos, afastaram-se da própria cultura e religião -- exceto Shmouel (Mosko Alkalai), que optou por ser rabino e radicar-se em Israel, deixando para trás sua mulher, Rosa, e os filhos.

Em parte, esse afastamento do judaísmo aconteceu por influência de Rosa. Mãe de dois homens, Simon (Michel Jonasz) e David (Daniel Mesguich), ela temia que os nazistas voltassem. Por isso, nunca mandou circuncisá-los. Ao morrer, os filhos descobrem com surpresa que ela havia comprado para si um jazigo no cemitério judaico.

A morte de Rosa leva os filhos a redescobri-la, lembrando de sua peculiar forma de pacificar conflitos -- dançando um tango, que nessa família tem acordes poloneses e soa um tanto curioso para os ouvidos acostumados ao estilo argentino.

De todo modo, o tango funciona na história como uma metáfora da integração, que é o dilema desta família excêntrica e amorosa.

Uma reação bem diferente vem de Nina (Tania Garbarski), uma das netas da matriarca, que decide tornar-se realmente judia e exige o mesmo de um candidato a namorado, Antoine (Hippolyte Girardot).

A situação do casal abre espaço para que o resto da família discuta a religião, até com humor. O irmão de Nina, Jonathan (Jonathan Zaccaï), acha que ela é louca e que sua idéia não passa de moda passageira. "Daqui a alguns anos, ela vai se tornar budista. Ou vegetariana", ironiza.

A grande figura da família, agora que Rosa morreu, é o velho Dolfo (Natan Cogan), cunhado dela, irmão de Shmouel. Trazendo consigo a dura memória dos campos de concentração -- que ele nunca compartilha com os sobrinhos-netos --, ele carrega sua herança com respeito, mas nenhuma ortodoxia.

Spoiler Rating: ~
LBC Rating: ~

Por Neusa Barbosa Santos - Cineweb

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