19.3.08

2001: Uma Odisséia no Espaço

A genialidade de Stanley Kubrick em 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO não consiste no que ele mostra, mas sim no quanto é despojado. Esta é a obra de um artista tão sublimemente seguro que não inclui uma só tomada para manter nossa atenção. Ele reduz cada cena à sua essência e a deixa na tela o tempo suficiente para que a admiremos, para que ocupe nossa imaginação. 2001 é uma raridade entre os filmes de ficção, pois não está preocupado em nos excitar, mas inspirar reverencia.

Boa parte desse efeito deve-se a trilha musical que existe além da ação. Ela exalta e busca o sublime e dá seriedade e transcendência ao visual. O filme cria seus efeitos essencialmente sobre o visual e a musica. É meditativo. Não mata nossa fome, mas quer nos inspirar e nos engrandecer com seu balé visual.

O filme, também, é em vários aspectos um filme mudo. Há poucos diálogos, o que o torna um filme difícil e eles estão ali simplesmente para indicar que as pessoas conversam entre si. Não deixa de ser curioso que os melhores sentimentos provenham de HAL 9000, um computador que apela por sua vida entoando “Daisy”.

2001 é um filme transcendente. Passados 40 anos, ainda é atual. Conta a lenda que Stanley Kubrick, o mais cerebral dos grandes diretores norte-americanos, sempre teve o sonho de realizar a obra-prima definitiva dos vários gêneros que freqüentou. Filmes de guerra, como GLÓRIA FEITA DE SANGUE; de terror, como O ILUMINADO; reconstituições históricas, como SPARTACUS e BARRY LYNDON; filmes de assalto, como O GRANDE GOLPE - se não atingiu sempre o seu objetivo, Kubrick esteve muitas vezes próximo de concretizá-lo. Ele deixou uma obra marcante, uma das mais notáveis da história do cinema, mas foi na chamada ficção científica que Kubrick se excedeu e se imortalizou.

Spoiler Rating: 90
LBC Rating: ~

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