5.2.08

A Noviça Rebelde


O que há de tão extraordinário em NOVIÇA REBELDE (1965), que encanta tanto os espectadores? História romântica, presença de crianças, uma trilha musical agradável, belas paisagens, será só isso? Não creio, existem muitos outros filmes com estes mesmos elementos que hoje amargam o esquecimento. Para entender o que torna o filme tão especial, é melhor ir por partes...

Talvez o elemento que mais fascine seja o fato de que quase tudo que é visto no filme, aconteceu de verdade. É fato que Maria, candidata a freira pouco ortodoxa, foi trabalhar como governanta na casa de Georg Von Trapp, viúvo e pai de sete filhos. Capitão reformado da marinha, Georg tenta reorganizar sua vida após a perda da primeira mulher. Ao conhecer Maria Kutscher, rompe o noivado com uma nobre vienense e casa-se com ela. Como está no filme, afronta o domínio nazista na Áustria e foge ao ser convocado para integrar a marinha alemã. Tudo isso está lindamente exposto no filme, personificado por Julie Andrews, Christopher Plummer e um grupo de talentosas crianças.

A NOVIÇA REBELDE foi um filme notável não apenas pela história que contava. Há também a trilha musical que foi exaustivamente elaborada, pois além do filme ser um musical, estava retratando uma família que era famosa por sua musicalidade.

A fotografia é algo surpreendente, não só nas tomadas ao ar livre nos Alpes, mas também nas filmagens em cenário, em especial as noturnas. Observem as cenas no cemitério do convento e também quando Maria e Georg se entendem no jardim. Uma curiosidade sobre esta cena: Julie e Plummer não conseguiam conter o riso quando iam filmar e depois de trinta tomadas, resolveram fazer a cena em contraluz, que rendeu uma imagem fantástica.

Para a 20th Century Fox, A NOVIÇA REBELDE representou o renascimento do estúdio. Quando todos esperavam a falência do grupo, que vinha de um fracasso monumental que foi CLEOPATRA, Ernest Lehman, o roteirista de O REI E EU e AMOR SUBLIME AMOR foi contratado para escrever o script do novo filme. O primeiro diretor contratado, William Wyler, que vinha do megasucesso BEN-HUR queria fazer uma história de guerra, com canhões, tanques e bombas. Por fim, Robert Wise, o mesmo diretor de AMOR SUBLIME AMOR foi escolhido.

A NOVIÇA REBELDE foi um filme onde tudo deu certo. Uma boa história, um bom roteiro, uma direção segura, trilha musical impecável, elenco profissional e fotografia primorosa. A resposta da crítica e do público não poderia ser diferente do que foi. O filme ganhou cinco Oscars: Melhor Filme, Direção, Edição, Trilha Musical e Arranjos. Em todos os países do mundo a recepção foi calorosa, com a única exceção da Alemanha. Lá só foi exibida uma versão sem o terço final do filme. É curioso, pois em 56 e 58 foram rodados lá os primeiros filmes sobre a família Trapp.

Spoiler Rating: 93
LBC Rating: ~

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