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Os Jarrets são republicanos protestantes que tiveram sucesso financeiro sem grandes sacrifícios, apesar de pouca satisfação espiritual. Calvin (Donald Sutherland) é o pai. Advogado especializado em Direito fiscal, ganha muito dinheiro administrando o dinheiro alheio. Não é propriamente um ganancioso, mas dinheiro é a essência de sua vida, mexer com ele é o que sabe fazer bem.
Beth (Tyler Moore) é a mãe. Uma lady com muita classe, competente e fria, gosta de ordem e, para ela, tudo tem que ser perfeito.
Conrad (Timothy Hutton) é o filho de 18 anos. Não faz muito tempo, tentou suicídio. Não conseguiu deixar de se culpar por ter sobrevivido a um acidente de barco, no lago Michigan, há um ano e meio, em que seu irmão Buck (Scott Doebler) morreu.
Ele representa, por isso, para Beth, a desordem que ela odeia. A desordem mental que a bela fachada da mansão de Lake Florest, em Chicago, não pode esconder. Quando Conrad não consegue reassumir sua vida normal - mesmo tentando voltar às atividades escolares, como a equipe de natação -, fica dolorosamente obvio para o pai que ele precisa de ajuda profissional.
Beth procura aparentar que tudo esta bem. Ela continua jogando bridge e golfe, fazendo compras e se dedicando às suas obras de caridade. Mas Calvin sabe que, se não fizer alguma coisa rapidamente, acabarão perdendo o filho que lhes resta.
Duas pessoas influenciam positivamente o rapaz. Jeannine (Elizabeth McGovern), sua namorada, lhe mostra que ele é uma pessoa melhor do que imagina. E, principalmente, o Dr. Gerber (Judd Hirsch), um afetuoso e dedicado psiquiatra judeu, que conversa francamente com ele. Mas o de que ele realmente sente falta é do apoio paterno, de que alguém que o convença de que ele não é culpado pela tragédia da família.
Na realidade, há uma total incapacidade, entre os membros da família, de se comunicar uns com os outros. Alem de um ótimo e angustiado desempenho de Hutton, que lhe valeu o premio de melhor coadjuvante - apesar de ser o ator principal do filme -, dois outros se destacam, inclusive com mudanças radicais nos tipos de personagens de seus interpretes. Ate então, Mary Tyler Moore era sempre associada a comedias leves, ate pela serie de televisão que levava seu nome. Neste filme, ela consegue passar o desespero que carrega sob uma aparência plácida e fria. E Donald Sutherland, que, na década anterior, encarnou varias vezes personagens antiautoritarios, intelectuais, à margem das leis, vive um verdadeiro símbolo do establishment.
Spoiler Rating: 78
LBC Rating: ~
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