17.1.08

Nothing is Private


Preconceito e alienação, sensibilidade e violência. Temas comuns a Allan Ball, outrora roteirista de BELEZA AMERICANA e A SETE PALMOS que estréia na direção de NOTHING IS PRIVATE num perturbador retrato da classe média americana dos anos 80. Um exame minucioso de segredinhos sujos que espreitam além de gramados verdejantes e bem aparados.

Sob pano de fundo da primeira guerra do Iraque, mas abordando espectadores aparentemente distantes do conflito, o filme revela as raízes do desejo e as faíscas da intolerância racial. Corre o ano de 91 e Saddam Hussein acaba de invadir o Kuwait. A entrada dos EUA na guerra parece iminente. Enquanto isso, em Houston, Texas, a jovem Jasira (Summer Bishil) é chamada na escola de cabeça-de-toalha, negra de areia e jóquei de camelo. Descendente de árabes e irlandeses, ela mora com o pai, um libanês que trabalha para a Nasa. De temperamento explosivo e com idéias rígidas e preconceituosas, ele mantém a filha sob um regime de medo, tornando indistintas para ela as fronteiras entre o sexo e o amor.

Negligenciada e solitária, ela atrai os olhares do vizinho (Aaron Eckhart), um militar da reserva cuja falta de escrúpulos só é ombreada por seu patriotismo fervoroso. Entre os dois se estabelece um jogo de lances perigosos e conseqüências imprevisíveis, em que a pureza se mistura à obsessão sexual, a mentira à desilusão.

Peter Macdissi rouba o filme como o arrogante pai de Jasira. É uma criação completamente original, uma espécie de Borat mais comedido. Destaque também para a câmera de Newton Thomas Sigel que captura cada nuance incômodo.

E como o titulo sugere, todos nesse beco sem saída interferem nos negócios alheios. Nada é privado. Tudo é publico. Polêmicas à parte, Allan Ball orquestra todos esses egos com grande maturidade. É certamente uma estréia promissora.

Spoiler Rating: 76
LBC Rating: ~

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