

Sob pano de fundo da primeira guerra do Iraque, mas abordando espectadores aparentemente distantes do conflito, o filme revela as raízes do desejo e as faíscas da intolerância racial. Corre o ano de 91 e Saddam Hussein acaba de invadir o Kuwait. A entrada dos EUA na guerra parece iminente. Enquanto isso, em Houston, Texas, a jovem Jasira (Summer Bishil) é chamada na escola de cabeça-de-toalha, negra de areia e jóquei de camelo. Descendente de árabes e irlandeses, ela mora com o pai, um libanês que trabalha para a Nasa. De temperamento explosivo e com idéias rígidas e preconceituosas, ele mantém a filha sob um regime de medo, tornando indistintas para ela as fronteiras entre o sexo e o amor.
Negligenciada e solitária, ela atrai os olhares do vizinho (Aaron Eckhart), um militar da reserva cuja falta de escrúpulos só é ombreada por seu patriotismo fervoroso. Entre os dois se estabelece um jogo de lances perigosos e conseqüências imprevisíveis, em que a pureza se mistura à obsessão sexual, a mentira à desilusão.
Peter Macdissi rouba o filme como o arrogante pai de Jasira. É uma criação completamente original, uma espécie de Borat mais comedido. Destaque também para a câmera de Newton Thomas Sigel que captura cada nuance incômodo.
E como o titulo sugere, todos nesse beco sem saída interferem nos negócios alheios. Nada é privado. Tudo é publico. Polêmicas à parte, Allan Ball orquestra todos esses egos com grande maturidade. É certamente uma estréia promissora.
Spoiler Rating: 76
LBC Rating: ~


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