
BE KIND REWIND flerta com a interação entre os filmes, seu publico e seus criadores. É uma fabula fantástica ajustada para uma fatia da sociedade, onde a necessidade das pessoas por uma fuga, qualquer fuga que seja, coincide com o desejo de participar da criação do seu escapismo.
Para todos os efeitos, o talento de Gondry é incontestável. É inconcebível imaginá-lo fora desse projeto, assim como sua grande estrela: Jack Black. Com uma estúpida energia, vibração e sentido. Black é a personificação do lunático Gondry que contamina toda uma cidade com a febre do cinema amador.
Como os demais filmes do diretor, BE KIND REWIND não é para todos os gostos. Sua doçura apela a muitos, mas outros podem esnobá-lo completamente, considerando-o outro conto de fadas mal executado. Contudo é fato: Esse cineasta francês criou uma legião de fãs devotados que aguardarão ansiosamente pelo filme. O que vale o preço de sua distribuição pelos cinemas.
No filme, Black vive um homem que, ao tentar sabotar uma estação de força, gera um campo magnético que acidentalmente apaga todos os VHSs da locadora de seu melhor amigo (Mos Def) e, para salvar o lugar; eles resolvem encenar de novo, os filmes perdidos. Entre os filmes "suecados" tem OS CAÇA-FANTASMAS, ROBOCOP, A HORA DO RUSH 2, 2001, OS DONOS DA RUA, QUANDO ÉRAMOS REIS, KING KONG, CONDUZINDO MISS DAISY...
“Suecar” um filme é, grosso modo, reeditá-lo de forma simples, sem grandes efeitos ou arroubos interpretativos. Tudo muito simples e, certamente, muito amador. Gondry, que também assina o roteiro, mantém o foco no cinema pop. Nada de “suecar” Bergman ou CIDADÃO KANE. Conseqüentemente, não esperem um grande tratado sobre cinema e arte.
E é realmente irônico que uma fita que satiriza tanto os maus filmes, saiba fazê-lo tão bem, tornando-se um ótimo filme. É o cumulo da ironia.
Spoiler Rating: 88
LBC Rating: ~
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