19.1.08

Ballast


Em BALLAST, três pessoas lutam contra os outros e contra seus piores instintos, gerado sob a desconfiança profunda e memórias piores, para alcançar um tipo de equilíbrio onde possam, finalmente, viver tranqüilos. O debute de Lance Hammer é valente – valente pelo o que ele quer conseguir e por como ele consegue. Seu filme é construído sob circunstancias desoladas, num distrito desolado e vem a publico num estilo muito mais familiar ao circuito de arte europeu do que o americano.

O filme, como Hammer escreveu, dirigiu e editou, tem uma estética rigorosa. Durante os créditos iniciais, somente a palavra “ballast” (em bom português: lastro - algo que dá equilíbrio) aparece em tela. As cenas que seguem são curtas. Pontuais. Mesmo a edição comprime o tempo normal de cada cena. Os ângulos são escolhidos com cuidado. Som ambiente. Sem musica. Personagens falam. Menos por palavras. Mais pela linguagem corporal.

No delta do rio Mississipi, num amargo inverno. Um suicídio desarma o sutil equilíbrio de três pessoas. Depois de um tempo de luto, Lawrence (Michael J. Smith Sr.) se atira em si mesmo pelo desespero da morte do irmão gêmeo. Ao retornar do hospital, ele reabre sua pequena loja, no qual trabalhava com o irmão.

Para o filho de 12 anos de seu irmão, James (Jim Myron Ross) e sua esposa Marlee (Tarra Riggs) – o filme é vago sobre isso – a morte pode ter sido uma benção: No último minuto, o irmão escreve uma carta dando à mãe e a criança, a casa para viverem. A nota fica fixada na porta da rua.

Mas a legalidade da carta é incerta. E como Marlee vende a casa é ainda menos claro. Hammer astutamente lança-se de um jogo de montagem para esconder um fato chave: As casas de Lawrence e Marlee ocupam uma mesma propriedade com um muro imaginário de Berlim entre eles. Enquanto isso, James anda com companhias erradas. Amigos e drogas.

Hammer gradualmente lança um relance de luz na melancolia. Mas seu poder não é suficiente. Os três não têm escolhas para negociarem entre si. Não é fácil. E se não há paz entre eles, pelo menos há uma trégua.

Trabalhando com atores não profissionais. Hammer extrai performances autênticas do trio. Às vezes doloroso demais para se ver. Os danos calam fundo. E o buraco de bala no peito de Lawrence é nada comparado a essas feridas. No entanto, BALLAST ainda é um filme otimista, pois o Sol ainda pode alcançar esses corações frios.

Spoiler Rating: 85
LBC Rating: ~

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