SIMPLESMENTE AMOR (LOVE ACTUALLY) é o primeiro trabalho como diretor de Richard Curtis, considerado o mestre britânico da comédia romântica (já que escreveu QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL, UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL e O DIÁRIO DE BRIDGET JONES).
Sua estréia na direção é muito agradável, bastante divertida, com bons diálogos, excelentes atores, situações curiosas. Mas tem o problema óbvio de fitas com excesso de personagens (são 8 casais), já que alguns deles são prejudicados. E como ainda por cima se passa na época natalina, há um excesso de clímaxes, de resoluções semelhantes - quase todas convergem para um final em comum, numa festa infantil natalina numa escola para crianças, e os que não estão presentes ali ficam prejudicados. Os problemas, portanto, são inerentes ao próprio gênero e difíceis de contornar.
Rodrigo Santoro faz o interesse amoroso de Laura Linney. Ela faz uma americana que trabalha em um escritório em Londres, apaixonada secretamente por um colega, vivido pelo ator brasileiro. É das histórias com que a gente mais se identifica e mais torce. No entanto, é a que tem a mais fraca resolução, ao menos em termos de público.
O filme torna a usar "Love is All Around", a mesma música-tema de "Quatro Casamentos e um Funeral" (e também abre com um matrimônio e um enterro). Só que desta vez a canção ganha arranjo natalino, que é interpretado por um cantor veterano, apresentado como o "lobo mau" do rock: Billy Mack (Bill Nighy). Ele será uma figura recorrente porque suas performances na TV ajudarão a unir as histórias.
Existe um homem de meia-idade (Alan Rickman) que está sendo paquerado pela secretária, para desgosto da esposa (Emma Thompson). Em outra trama, um novo Primeiro Ministro solteiro (Hugh Grant, muito engraçado) se interessa por uma funcionária (Martine McCutcheon). Naturalmente há referencias a Tony Blair e um presidente americano feito por Billy Bob Thorton.
Tem mais: Colin Firth é um escritor que se envolve com uma empregada portuguesa na sua casa na Provença (e grande parte dos diálogos deles é em português de Portugal, até quando ele tenta aprender a língua, sendo outro charme do filme para nós brasileiros). Keira Knightley acabou de se casar e descobre um segredo sobre o melhor amigo do marido. Liam Neeson ficou viúvo e tem problemas para se comunicar com o pequeno enteado até o momento em que o garotinho - que fala como gente grande - revela que está apaixonado (e o filme, politicamente correto, pergunta se é por um homem ou uma mulher!).
A gente até se esquece de tramas menores (um rapaz inglês que acha que até em Milwaulkee nos EUA terá mais sorte com garotos do que na Inglaterra). Há também duas aparições curtas do amigo do diretor, que também escreveu a série "Mr. Bean", Rowan Atkinson. E pontinhas de Denise Richards, Shannon Elizabeth, Claudia Schiffer, tudo em 129 minutos da projeção.
É verdade que o filme não é um total acerto, mas, como disse, pela própria estrutura e pelo fato óbvio de que certas histórias funcionam melhor que outras (e algumas poderiam ser eliminadas). Mas não custa muito gostar do filme e se divertir com ele. Dá até para se assistir de novo. Com prazer.
Spoiler Rating: 86
LBC Rating: ~
24.12.07
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