
Ojuara não é o tipo de filme pelo qual os críticos têm muito apreço. Ele leva mais jeito de agradar ao grande público, mas a época anda difícil para o cinema brasileiro. Ojuara tem alguma coisa de Macunaíma, de João Grilo. Herói do sertão, ele conhece a opressão doméstica e dela se liberta. Vive na estrada, picaresco e libertino, num Nordeste mais de fantasia que real. Marcos Palmeira faz o papel com entusiasmo. O filme de Moacyr Góes tem a cara dele.
Mas o que se vê na tela, por conseqüência, é um filme movido à força de clichês. O Nordeste, eterno manancial de mitologias nacionais, volta a ser tratado como um amontoado de estereótipos. E as personagens femininas parecem permanecer em cena apenas o tempo suficiente para tirar a roupa.
É a recorrência dessa fórmula que conduz O HOMEM QUE DESAFIOU O DIABO ao patamar, hoje ultrapassado pelo cinema brasileiro, da pornochanchada, só que sem o charme da cafonice.
Spoiler Rating: 54
LBC Rating: 36
Por Cássio Starling Carlos (Folha de São Paulo) e Luis Carlos Merten (Estado)
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