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No prólogo do filme, uma mãe raposa foge de um caçador pela floresta carregando consigo seu filho recém nascido. Para protegê-lo, ela o abandona rente à cerca de uma casa e foge, sendo morta no processo. O filhote é aparado por Mamãe Coruja que, junto com dois amigos, Dinky, um canário, e Bruno, um pica-pau, armam um esquema para fazê-lo ser encontrado pela Viúva Tita, uma senhora que vive sozinha. Ela adota a raposa, que resolve chamar de Dodó. Na casa ao lado, Samuel Guerra, um caçador, traz para casa Toby, um filhote de cachorro, para o espanto de Chefe, o velho companheiro canino de Samuel. Algumas semanas se passam e Toby e Dodó se tornam amigos. Samuel Guerra obviamente desaprova, já que sua profissão é caçar raposas, e é isso que ele espera que Toby faça no futuro. Quando o final do verão chega, Samuel leva Toby e Chefe para uma temporada de caça no campo. Meses se passam e Dodó espera ansiosamente para rever seu amigo. Mas será que a amizade dos dois irá suportar as obvias adversidades da relação cão e raposa?
Apesar de não estar entre os filmes mais queridos do estúdio, O CÃO E A RAPOSA possui uma pequena legião de fãs entre os aficionados por Disney. Mesmo não sendo um deles, acho que o filme tem seus momentos, mas o resultado final como um todo é apenas regular. O principal problema do filme é o seu excesso de sacarina. Outros filmes Disney usam do fator “personagem bonitinho” para cativar a platéia, mas quase sempre é algo feito de forma moderada e mais natural. Aqui temos diversas cenas dos filhotes correndo felizes pela floresta e cenas do tipo “nós vamos ser amigos para sempre”.
Os pontos mais fortes de O CÃO E A RAPOSA são os momentos em que os diretores permitem que o filme entre em uma área mais matura do que a maioria dos animados Disney da época. O conflito entre os personagens principais é um bom tema que carrega um subtexto de preconceito e intolerância, e é mostrado de forma interessante, com momentos de tensão e drama. A melhor cena do filme, e certamente a mais famosa entre os fãs de animação, é a fantástica luta com o urso durante o clímax do filme. Animada por Glen Keane com uma grande força e presença que não é equiparada em nenhuma outra cena do filme, ela já nos dá uma boa prévia dos marcantes trabalhos que o animador viria a ter futuramente. Unida a uma ágil e eficaz edição, esse é o momento do filme em que realmente sentimos que esse novo grupo de artistas era capaz de fazer (e viria a fazer) grandes coisas.
Apesar da luta ser o ponto alto do filme, também há outras cenas que merecem ser lembradas: o prólogo com a fuga da mãe raposa pela floresta, mostrada de forma dramática apenas pelo uso de efeitos sonoros, belas imagens e tensa trilha musical (uma das únicas seções de destaques em uma trilha geralmente fraca e datada); a cena em que a Viúva Titã é obrigada a abandonar Dodó na floresta, que não falha ao trazer uma ou duas lágrimas a alguns espectadores; e as tensas cenas de perseguição na floresta.
O CÃO E A RAPOSA apresenta algumas das cenas mais sérias em um filme Disney desde A BELA ADORMECIDA, mas ainda é sabido que os artistas (ou os executivos) não tiveram coragem de ir aos extremos: Chefe originalmente deveria morrer após sua queda dos trilhos, mas a cena foi mudada para que ele apenas ficasse machucado. Não deixa de ser surpreendente que o próximo filme do estúdio seria o mais sombrio já produzido até então (e talvez até hoje): O CALDEIRÃO MÁGICO. O CÃO E A RAPOSA não é um filme ruim, mas em uma lista de quarenta e quatro longas animados, ele está mais próximo do final do que do topo. Ainda assim o filme foi um grande aprendizado para a nova geração de artistas Disney, e serviu para preparar o palco para as grandes coisas que estavam para vir.
Spoiler Rating: 69
LBC Rating: ~
Do Animatoons e Wikipédia
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